A Ordem dos Farmacêuticos (OF) alertou esta sexta-feira que alguns serviços de patologia clínica hospitalares estão a discriminar os farmacêuticos analistas clínicos no acesso à direção técnica e pediu a intervenção da tutela para repor a igualdade nos concursos.
A OF refere em comunicado que “concursos recentemente lançados discriminam os farmacêuticos analistas clínicos”, dando exemplo as Unidades Locais de Saúde (ULS) da Guarda e do Médio Ave.
“A especialidade de análises clínicas é um dos pilares fundacionais da profissão farmacêutica. A resposta que o SNS precisa nesta área tem de contar com os cerca de 800 farmacêuticos analista clínicos que exercem em todos o país. Ignorá-los e discriminá-los coloca em risco a resposta do SNS, os cidadãos e a saúde pública”, avisa o bastonário da OF, Hélder Mota Filipe, citado no comunicado.
A Ordem dos Farmacêuticos adianta que solicitou a intervenção do Ministério da Saúde e dos respetivos conselhos de administração dos hospitais, no sentido de repor a igualdade nos concursos para a direção técnica dos Serviços de Patologia Clínica em várias Unidades Locais de Saúde (ULS).
“Ao longo dos anos, os farmacêuticos especialistas em análises clínicas têm desenvolvido um trabalho de complementaridade e de parceria com os médicos especialistas em patologia clínica, que se tem revelado de grande importância para a promoção e consolidação de um serviço de excelência nos serviços de patologia clínica do SNS”, salienta.
A ordem refere ainda que, embora a equiparação entre as duas especialidades esteja consagrada na lei, continuam a verificar-se casos em que existem assimetrias no seu reconhecimento que justificam a intervenção e o recurso a mecanismos legais que garantam a igualdade entre estes profissionais.
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Para enfrentar os desafios atuais do setor e responder às necessidades dos utentes e do sistema de saúde no acesso aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, a OF diz que desenvolveu uma estratégia, defendendo que, para a sua implementação, “é fundamental a colaboração entre farmacêuticos, médicos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e outros profissionais”.
A OF vai agora realizar um conjunto de visitas a laboratórios de análises clínicas privados e a serviços de patologia de hospitais de todo o país, para afirmar “as análises clínicas e a genética humana como áreas estratégicas no âmbito da saúde pública.
A primeira visita decorreu esta sexta-feira no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em Lisboa, para contactar com a equipa de farmacêuticos que integra os quadros do laboratório nacional de referência para a área da Saúde e assinalar a diferenciação e qualificações destes profissionais nestas áreas.