A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, que foi proibida de ser candidata presidencial, voltou a reivindicar vitória nas eleições ao seu candidato, Edmundo González Urrutia, e garante ter “como provar a verdade”.
“Hoje quero dizer a todos os venezuelanos e democratas do mundo que temos como provar a verdade”, disse María Corina Machado — que apoiou o antigo embaixador Edmundo González Urrutia, que integra a Plataforma Unitária Democrática (PUD).
“O regime dormiu muito preocupado e nós estivemos muito ocupados. O regime promete um CD com as atas [listas com os resultados por local], vamos ver o que entregam porque se entregarem as verdadeiras, as que nós temos, então terão de retificar a verdade”, afirmou num discurso esta segunda-feira.
“Quero dizer-vos que todas as atas são inspecionadas, digitalizadas e colocadas num portal web robusto”, que pode ser consultado, acrescentou. E anunciou que com 73,20% das atas contabilizadas, “o Presidente eleito é Edmundo González”.
Mesmo com as atas que ainda não têm em sua posse, Machado diz que se a Comissão Nacional de Eleições (CNE) der os restantes votos a Nicolás Maduro, não será suficiente para alcançar Edmundo Gonzalez Urrutia. “A diferença foi tão grande, tão esmagadora, em todos os estados da Venezuela, em todos os estratos, em todos os sectores, ganhámos”, disse.
O candidato presidencial, por sua vez, agradeceu à comunidade internacional. “O nosso triunfo é histórico. Ganhámos onde nunca tinham vencido as forças democráticas do país nos últimos 25 anos”, declarou Edmundo González. A CNE, por sua vez, esta segunda-feira proclamou oficialmente Nicolás Maduro como o vencedor das eleições.
No mesmo discurso desta segunda-feira, María Corina Machado apelou a mobilizações pacíficas pelo país esta terça-feira. “Queremos apelar a todos os venezuelanos que foram votar pela mudança e querem que a Venezuela seja livre e digna, para se juntarem, homens, mulheres, crianças, idosos. Amanhã [terça-feira] vamos como uma família reunir-nos nas assembleias de voto em todas as cidades da Venezuela entre as 11 e as 12 horas”, afirmou.