A ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, esclareceu esta segunda-feira que as pessoas não devem entrar nos rios quando a água não é de qualidade, respeitando a sinalética existente nos locais.

Só é permitido as pessoas entrarem na água e ir a banhos quando a qualidade da água é muito boa. Quando não é, está lá o aviso de que não é aconselhável”, disse a ministra, em declarações aos jornalistas à margem da assinatura de um protocolo para a reabilitação de rios em Estarreja no distrito de Aveiro.

Graça Carvalho reagiu assim aos alertas de um grupo de associações ambientalistas para a falta de monitorização e de divulgação das análises de controlo microbiológico em águas não classificadas em várias zonas do rio Douro, colocando em risco “milhares de banhistas”.

O que se passa em algumas destas zonas do rio Douro é que há instalações feitas pelas autarquias, que são aprazíveis, mas devem ser utilizadas em terra e [as pessoas] não devem entrar no rio, porque está lá um aviso que não é aconselhável”, disse a ministra.

A governante realçou ainda que o Governo está a trabalhar para despoluir os rios no sentido de os devolver às pessoas e ter mais praias fluviais de qualidade.

“Se os rios ainda não têm água de qualidade, temos que chamar a atenção das pessoas que não devem entrar nesses rios. O exemplo que se viu no rio Sena, nos Jogos Olímpicos, mostra bem que temos de ter muito cuidado com a qualidade da água”, disse.

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Em comunicado, a #MovRioDouro, movimento composto por cidadãos e 17 organizações nacionais e regionais, questionou a tutela sobre “os critérios que levam à qualificação das praias de águas fluviais e lacustres como praias de banhos” e apela por “maior transparência”.

O grupo pede que seja divulgada a lista completa de praias avaliadas, os motivos para sua qualificação ou não como águas balneares e pedem que esta informação seja também submetida a “procedimento de consulta pública e não apenas a proposta final de lista de águas balneares, como ocorre atualmente”.

O movimento alerta que “a atual falta de monitorização e divulgação de resultados das análises de controlo microbiológico em águas não classificadas coloca em risco milhares de banhistas”.

No texto apontam-se exemplos como a zona de Zebreiros em Gondomar e o Areinho de Oliveira do Douro em Vila Nova de Gaia, que têm infraestruturas para atividades balneares, como bares e quartos de banho, mas não é dada sem informação adequada sobre a qualidade das águas que aquelas infraestruturas servem.

Se as águas frequentadas por milhares de banhistas fossem monitorizadas, teríamos, com certeza, informação mais clara e bandeiras vermelhas na maior parte desses locais, que serviriam de alerta para os banhistas. Ora não é isso que acontece, pelo contrário. Apesar de existir um pequeno aviso da APA que desaconselha os banhos, os municípios criam muitas vezes condições para a ida a banhos“, alerta no texto, em nome do movimento, Gustavo Briz.

Segundo as organizações do #MovRioDouro, entre as quais a ANP|WWF e a ZERO, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) “deveria divulgar, durante a época balnear, a qualidade microbiológica da água dos espaços com elevada procura, sobretudo daqueles onde, comprovadamente, a água não tem a qualidade mínima necessária”.