A TAP registou um lucro de 400 mil euros no primeiro semestre, o que representa uma queda de 98% face ao resultado do mesmo período do ano passado. Este resultado positivo deve-se aos lucros de 72,2 milhões de euros apurados no segundo trimestre.
No entanto, o segundo trimestre deste ano foi penalizado em comparação com segundo trimestre do ano passado por perdas cambiais geradas pela desvalorização do real. Ainda assim, a TAP assinala a melhoria de 77,6 milhões de euros nos lucros face aos primeiros três meses de 2019.
Para o presidente da TAP, citado em comunicado, “o forte desempenho no segundo trimestre permite um resultado líquido positivo no semestre, que, apesar de reduzido, é atingido pela segunda vez consecutiva, mas agora sem cortes salariais” que marcaram ainda o primeiro semestre de 2023 e que terminaram no final do ano.
As receitas operacionais cresceram 3,3% para 1.969 milhões de euros, com a TAP a destacar o salto de 36,7% dos proveitos da área de manutenção e engenharia. Apesar do aumento global das receitas, a receita de passageiro por lugar-quilómetro. (PRASK) no primeiro semestre de 2024 caiu 0,02 cêntimos para 6,84 cêntimos.
Além disso, os custos operacionais também cresceram, 2,7%, para os 1.829 milhões de euros, com o custo de passageiro por lugar-quilómetro. (CASK) a ser de 7,11 cêntimos, sendo de 5,11 cêntimos se não incluído o combustível. Os custos com pessoal aumentaram 35% para 380,1 milhões, quase mais 100 milhões que em igual período do ano passado. Mas este semestre a TAP cortou as imparidade de contas a receber, inventários e provisões para pouco mais de 1 milhão (poupando 25 milhões), o que permitiu compensar em parte (mas não totalmente) outros aumentos de custos. A TAP especifica que reverteu a perda por imparidade referente à Groundforce decorrente da homologação do seu plano de reestruturação.
Os gastos da TAP com fretamento de aviões com tripulação, manutenção e seguro (ACMI) também caiu. Segundo a transportadora, só no segundo trimestre houve uma queda de 24 milhões de euros (16,5 milhões no semestre) nos custos operacionais de tráfego “devido à redução de contratação de ACMI e redução de custos com irregularidades”, não especificdas.
Com isto a margem bruta, o EBITDA recorrente, atingiu os 327,7 milhões de euros, um pouco inferior face ao ano passado, enquanto o resultado operacional recorrente fixou-se nos 139,2 milhões de euros, mais 12%.
Nos primeiros seis meses, a TAP transportou mais 1,6% num total de 7,7 milhões de passageiros.
Fruto da reestruturação financeira levada a efeito, com injeções de capital pelo Estado (entrou mais uma tranche de 343 milhões no início deste ano, faltando entrar uma última de igual valor), a dívida líquida da TAP estava, no final de junho, nos 266 milhões de euros. Com a empresa a ter uma posição de caixa e equivalentes de caixa “robusta”, segundo a sua própria designação, de 1.175,7 milhões de euros.