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Emily está de regresso, vai a Roma e traz uma antiga glória da moda italiana consigo

A inspiração italiana no cartaz dos novos episódios de "Emily in Paris" não fica pela famosa escadaria romana. O vestido homenageia uma criação de Roberto Capucci, designer estrela da moda italiana.

10 fotos

Emily Cooper está de volta à Netflix esta quinta-feira com novos episódios da série “Emily in Paris”, mas desta vez terá trocado a sua adorada cidade de Paris por Roma. O cartaz da segunda parte da 4ª temporada dá a pista de ter como pano de fundo as famosas escadarias da Praça de Espanha, na capital italiana. Apesar da surpresa, Emily é a protagonista da imagem e usa um vestido vermelho que desperta a atenção pela mistura de elegância antiga com construção arquitetónica. Não é para menos, trata-se de uma homenagem ao designer italiano Roberto Capucci. E quem ele?

O vestido vermelho que Lily Collins usa no cartaz inspira-se num modelo de nome próprio “Nove Gonne” (Nove Saias), “em tafetá de seda rubi, saia mullet, assimétrica e mais curta à frente, com nove elementos sobrepostos que dão um resultado absolutamente escultural”, segundo descreve a Vanity Fair italiana. O designer terá sido inspirado pelo efeito de círculos que uma pedra causa quando cai à água, para esta criação de 1956. O vestido deu nas vistas e até apareceu num anúncio do carro Cadillac Série 62 no ano seguinte. A versão que Lily Collins usa também é vermelha, tem nove camadas mas em vez de uma saia curta, tem calças. E nem o calçado foi deixado ao acaso, já que os sapatos também são iguais aos que Roger Vivier desenhava na altura.

Robertto Capucci nasceu em Roma em 1930 e abriu o seu primeiro atelier na cidade na Via Sistina em 1950,com apenas 20 anos e no período pós-Segunda Guerra Mundial. Em 1952 participou na apresentação de moda italiana que teve lugar em Florença na Sala Bianca do Palácio Pitti, onde os grandes nomes do momento estiveram presentes. Viria também a fazer desfiles em Roma. O designer começou desde cedo a desenvolver experiências esculturais com tecidos, o que viria a ser a assinatura das suas criações.

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No início da década de 1960 mudou-se para Paris com o objetivo de abrir o seu salão de Alta Costura e onde desenvolveu a sua técnica e o uso de uma paleta cromática variada. Instalou-se na Rue Cambon, onde tinha Chanel como vizinha. Capucci deixou Paris em 1969, mas continuou a desafiar os limites da moda, nessa altura experimentando materiais como ráfia e bambu.

“Quando comecei em 1951, os costureiros vinham normalmente  de uma família de alfaiates ou costureiras. Esse não era o meu caso”, disse Capucci em entrevista à revista L’Offficiel em 2022. “Eu estudei arte e as roupas eram um reflexo do meu conhecimento cultural. O vestido bonito de senhora não era o meu estilo. Eu nunca adorei aquelas coisas bonitas para senhoras bonitas.” Na década de 1950 foi um dos nomes mais sonantes e respeitados da moda italiana, embora hoje não seja incluído no leque de mestres da moda da época, como Dior (que tinha muita admiração pelo italiano) ou Balenciaga. Naquela década vestiu Marilyn Monroe e Gloria Swanson e ainda Jacqueline Kennedy e as mulheres da família Agnelli.

“A imprensa italiana não gostava de mim ao início. A minha visão era escandalosa para eles, viram-na como um escândalo”, conta Capucci. “Na altura, acho que eles não perceberam que era a minha maneira de prestar homenagem a mulheres. A criatividade não pode ser contida quando se tenta inovar.” O designer costureiro lembra que as clientes adoravam os seus vestidos e que os fazia porque os vendia. “Eu sempre desenhei para vender, nunca foi só porque sim.”

Roberto Capucci tem, atualmente, 93 anos. Muitas das suas criações estão ao encargo da Fundação Roberto Capucci, criada em 2005, mais precisamente 465 vestidos, 296 ilustrações e cerca de 22 mil desenhos originais e ainda 52 cadernos de desenhos, 374 elementos audiovisuais, cerca de 50 mil fotografias e outros tantos artigos da imprensa, segundo o site da própria fundação, onde parte deste espólio pode ser visto online. Em 2017 mudou-se para a Villa Manin, perto de Veneza onde o acervo foi todo reunido. As criações Capucci já foram objeto de variadas exposições ao longo de décadas e houve um vestido que integrou a famosa “Heavenly Bodies – Fashion and the Catholic Imagination” no Museu Metropolitan de nova Iorque em 2018. Em 2011 já tinha tido a sua própria retrospetiva nos Estados Unidos, “Roberto Capucci: Art into Fashion” no Philadelphia Museum of Art.

Os fãs da série “Emily in Paris” estavam à espera desta quinta-feira. Há cerca de um mês estrearam os primeiros cinco episódios da 4ª temporada e agora chegam os outros cinco. Uma das novidades é a participação da primeira dama de França, Brigitte Macron, a fazer de si própria, claro, numa interação com Emily Cooper num restaurante.

A moda tornou-se uma imagem de marca da série, cada personagem tem um estilo bem definido e não parece haver limites. A figurinista da série, Marylin Fitoussi, é por isso uma peça fundamental nesta produção. Contou à revista Glamour que em preparação para a temporada quatro o departamento de guarda-roupa reuniu 25 mil peças, viram 600 lookbooks e escolheram 480 marcas. Fitoussi queria que Emily Cooper fosse diferente nesta temporada e era essencial que ela se destacasse dos franceses à sua volta. Desta vez destaca “toques de Vivienne Westwood” e Thom Browne e acrescenta que gosta de incluir jovens designers parisienses. O cinema tem sido uma fonte de inspiração ao longo de todas as temporadas e se Audrey Hepburn já vem sendo uma musa desta série, agora parece haver uma clara inspiração no filme que lhe valeu o Óscar de Melhor Atriz, “Férias em Roma”. Vale a pena lembrar que no primeiro episódio desta quarta temporada já tínhamos visto a protagonista a usar umas sandálias da marca portuguesa Alameda Turquesa.

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