Foram 14 longos anos de espera. Entre 2003 e 2017, Portugal não marcou presença em qualquer final do Campeonato do Mundo de hóquei em patins, o maior hiato de sempre na competição. Nos últimos sete, porém, a relevância internacional regressou: e a Seleção Nacional foi finalista vencida em 2017, conquistou o troféu em 2019 e voltou a ser derrotada na final em 2022, somando três finais de Mundial consecutivas.

Esta segunda-feira, na cidade italiana de Novara, Portugal começava mais uma aventura rumo a uma eventual quarta final seguida — e à conquista do 17.º Campeonato do Mundo, registo que igualaria o recorde absoluto que pertence a Espanha. Dois anos depois da final perdida para a Argentina, em San Juan, a Seleção surgia na competição com um selecionador estreante, mas com a manutenção do núcleo duro da convocatória.

Portugal defronta Argentina, Angola e Estados Unidos no Mundial de hóquei em patins

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A realizar a primeira participação no Campeonato do Mundo, Paulo Freitas assumiu o comando de Portugal no final de 2023, sucedendo a Renato Garrido, que tinha sido precisamente campeão do mundo em 2019. Na primeira convocatória para uma fase final de uma grande competição, o selecionador nacional não abdicou de Ângelo Girão (que já anunciou a despedida depois do Mundial), Hélder Nunes ou João Rodrigues, mas encontrou espaço para chamar o jovem Zé Miranda, de apenas 19 anos, que tem impressionado no Benfica.

“Mais do que desejar, sentimos que temos condições para conquistar o troféu. É evidente que sonhar é sempre bom, nunca se deve desistir de sonhar, mas este é um sonhar muito sustentado, porque é um sonhar sustentado em qualidade e em todos os outros pergaminhos. somos candidatos, sim e, se calhar, temos a premissa de podermos contrariar um favoritismo que algumas seleções eventualmente apresentam”, atirou Paulo Freitas na antevisão do encontro desta segunda-feira contra os Estados Unidos.

Inserido no Grupo A do Mundial, Portugal defrontava os norte-americanos na estreia e antes de se cruzar com Angola e Argentina, marcando encontro com os atuais campeões do mundo já na fase de grupos. Esta segunda-feira, Paulo Freitas lançava Girão, Zé Miranda, Xavi Cardoso, Rafa e João Rodrigues no cinco inicial, enquanto que do outro lado estava uma equipa essencialmente amadora que pagou do próprio bolso a deslocação até Itália.

Portugal começou bem, mas a equipa norte-americana também teve uma boa entrada e a Seleção Nacional não demonstrava capacidade para acelerar o jogo e impor superioridade. Os portugueses acertaram três vezes nos postes nos primeiros dez minutos e só conseguiram abrir o marcador pouco depois, por intermédio de Gonçalo Pinto (14′). Gonçalo Alves aumentou a vantagem logo depois (15′), voltou a acertar outras três vezes nos ferros e fechou a primeira parte com o bis de Gonçalo Pinto (20′) e uma vantagem confortável.

Os Estados Unidos reagiram à desvantagem na segunda parte e conseguiram reduzir a diferença para apenas um golo, com Alec Moyer a bisar e a provocar uma enorme surpresa no pavilhão de Novara (30′ e 40′). Portugal estava a realizar um segundo tempo muito pobre até então, mas conseguiu responder e acabou por não deixar fugir a vitória: Gonçalo Alves bisou e chegou ao hat-trick, João Rodrigues correspondeu com outro hat-trick e a Seleção acabou por golear os norte-americanos por 10-2 num jogo onde chegou a complicar mais do que o expectável.