Em reunião privada do executivo camarário, a proposta de transferência de verba relativa à comparticipação financeira do município de Lisboa na 63.ª edição da ModaLisboa, no valor de 300 mil euros, foi aprovada por maioria, com os votos contra do BE e dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e a abstenção do PCP, disse à Lusa fonte do município.
Assim, a proposta, subscrita pelo presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), foi aprovada com os votos a favor da liderança PSD/CDS-PP (que governa sem maioria absoluta), PS e Livre.
Em anteriores edições da ModaLisboa, o município atribuiu um apoio de 350 mil euros, o que significa que a verba aprovada para a próxima edição representa uma redução da verba disponibilizada pela autarquia.
“Para a 63.ª edição da ModaLisboa | Lisboa Fashion Week, a Associação Modalisboa prevê um reforço da visibilidade conferida aos seus parceiros — setoriais, industriais e comerciais — e, consequentemente, um incremento no valor das receitas associadas a patrocinadores, o que permite, uma vez mais e à semelhança da edição anterior, assumir uma diminuição do valor da comparticipação financeira do município de Lisboa, sem, no entanto, comprometer a natureza, as características e o âmbito do evento”, lê-se na proposta.
Em coorganização com a Câmara Municipal de Lisboa, esta próxima edição da ModaLisboa irá decorrer entre os dias 10 e 13 de outubro, “mantendo a base no Pátio da Galé, enquanto polo privilegiado de desfiles, com uma localização nobre e atrativa”, mas reforçando a exploração geográfica da cidade.
“O evento vai acentuar a sua arquitetura de dinâmicas, com apresentações de moda noutras localizações, como o edifício sede da EDP ou o MUDE — Museu do Design, com transmissão em direto e de acesso gratuito em todas as plataformas digitais da ModaLisboa e com uma extensa programação de entrada livre, que pretende oferecer aos vários públicos uma experiência única da cidade, com foco na inovação e na oferta cultural”, de acordo com o município.
Relativamente à proposta sobre a realização do Festival Iminente, agendado para 12 e 13 de outubro, no Jardim do Museu de Lisboa, a câmara viabilizou o protocolo a celebrar entre o município e a empresa Iminente – Produções, Música e Arte, Lda., assim como a transferência de 200 mil euros como comparticipação financeira da autarquia.
“O Festival Iminente é um projeto cada vez mais abrangente e com maior presença na cidade”, realçou a câmara, indicando que este evento constitui uma plataforma de visibilidade que reúne as melhores expressões de cultura urbana a nível global, juntando num só espaço artistas emergentes com artistas consagrados.
De acordo com o município, a organização do Festival Iminente inclui a conceção de “uma programação artística focada na criatividade e contemporaneidade, criando um ambiente urbano e multicultural e efémero”.
O festival pretende também descobrir novos talentos, criar um conceito de cultura artística, melhorar a relação da cidade com atividades criativas e apoiar o ensino artístico através de organizações não governamentais, oferecendo oportunidades de visibilidade para artistas lusófonos e outros que dialoguem com a cultura portuguesa, promovendo Portugal e a lusofonia no mundo.
“Além disso, o Festival Iminente gera impacto económico e atrai indústrias criativas para a cidade”, destacou o município, na proposta subscrita por Carlos Moedas.
O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta -, três do PS, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.