O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para esta sexta-feira chuva forte para as regiões Norte e Centro, em especial no Minho e Douro Litoral e nas zonas montanhosas. Sete distritos — Aveiro, Braga, Porto, Viana do Castelo, Bragança, Vila Real e Viseu — estão sob aviso amarelo, o menos grave, devido a “aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada”. Em todos estes territórios, o aviso está em vigor até às 21h.

A qualidade do ar mantém-se comprometida, tal como aconteceu esta quinta-feira, consequência dos incêndios e das condições do vento, e devido à “pluma de cinzas de enormes dimensões” que atingiu a zona norte da Península Ibérica. O IPMA refere ainda que, com a rotação prevista do vento para o quadrante oeste durante o fim de semana, uma parte desta pluma a oeste do território continental vai mover-se novamente para as regiões Norte e Centro, “podendo atingir o interior destas regiões e influenciar a qualidade do ar”.

A chuva prevista é determinante para o controlo dos fogos que têm assolado o país, ainda que a situação esteja esta sexta-feira mais calma. Os incêndios que mais preocupavam esta manhã, no concelho de Castro Daire, no distrito de Viseu, já foram dominados, referiu à Lusa a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), ainda que haja risco de reacendimentos.

A chuva, que esta sexta-feira vai ser forte e acompanhada de trovoadas, vai manter-se no fim de semana, mas com menos intensidade no domingo, permitindo a continuação do desagravamento do perigo de incêndio, segundo o IPMA.

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Em declarações à agência Lusa, a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Ângela Lourenço, disse que a previsão aponta para a continuação de chuva, sendo mais forte esta sexta-feira e acompanhada por trovoadas, nas regiões essencialmente a norte do rio Mondego, mas também um pouco por todo o país.

Esta situação, de acordo com Ângela Lourenço, permite que continue a verificar-se o desagravamento do perigo de incêndio rural face aos dias anteriores.

“Do ponto de vista meteorológico [as condições] são diferentes do que se verificou nos dias anteriores. Temos uma diminuição do vento em termos gerais. Será uma situação mais pacífica, com uma descida gradual da temperatura, com ocorrência de precipitação e nos locais onde ocorre precipitação no geral vai aumentar a humidade relativa significativamente”, contou.

“A segunda-feira arranca sem precipitação, mas depois com a aproximação de uma superfície frontal fria vamos ter o regresso da chuva já na região norte no final do dia”, disse.

No que diz respeito às temperaturas, Ângela Lourenço adiantou que vão ter uma descida gradual.

“Será um pouco todos os dias tanto da mínima como da máxima. Vamos ter máximas a variar entre 20 e 25 graus nas regiões mais próximas do litoral. Mais para o interior serão entre os 24 e os 28 graus. A mínima vai descer no domingo. Esperamos por exemplo uma mínima de 08 graus na Guarda”, indicou.

Segundo a meteorologista, as noites vão ficar mais frescas com temperaturas com valores de transição do verão para outono.

“Depressão centrada a oeste do território”

Numa informação divulgada na quinta-feira na página da Internet, o instituto assinala que “a ocorrência de precipitação forte, nos próximos dias, em regiões que ficaram vulneráveis após os incêndios recentes, com a consequente perda de coberto vegetal, aumentam o risco associado a potenciais escorrências”.

Em causa está uma “depressão centrada a oeste do território do continente e de um vale depressionário em altitude com deslocamento para sul/sudoeste”, que leva a prever, para a tarde de hoje, “a ocorrência de aguaceiros dispersos, por vezes acompanhadas de trovoada e rajadas convectivas, sendo mais prováveis no interior”.