A antiga BSAD, despromovida da II Liga de futebol para a Liga 3 na época 2022/23, ganhou “nova vida” ao juntar-se ao Portalegrense, para disputar as competições distritais, depois do fim da ligação ao Cova da Piedade.

“É um novo início. Identificámos a cidade de Portalegre e o Desportivo Portalegrense como parceiros com potencial e, ao fim de alguns meses de trabalho, acordámos esta parceria”, afirmou à agência Lusa Rui Pedro Soares, antigo presidente da SAD do Belenenses e, posteriormente, da BSAD.

Assinalando que esta parceria foi estabelecida entre a BSAD e o clube alentejano, o responsável realçou que a empresa Codecity, que detém a maioria dos direitos daquela sociedade desportiva, votou favoravelmente o acordo.

Segundo Rui Pedro Soares, a estrutura jurídica que era da Belenenses SAD e, mais tarde, passou a BSAD designa-se agora de Desportivo Portalegrense SAD.

“É um projeto diferente porque é gerido pelo clube e por pessoas do clube que vivem em Portalegre. Portanto, a minha participação é mais distante”, assumiu.

Com a equipa já inscrita nas competições organizadas pela Associação de Futebol de Portalegre (AFP), o agora investidor desta sociedade desportiva apontou como objetivo para esta época a subida e consolidação nos campeonatos nacionais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O Desportivo Portalegrense é o maior clube de Portalegre, cumpre o centenário no próximo ano e o objetivo é, no ano do centenário, sermos campeões e o clube voltar a disputar os campeonatos nacionais, 25 anos depois da última vez“, frisou.

De acordo com o antigo presidente da BSAD, o plantel da equipa é constituído, na sua maioria, por “uma esmagadora maioria de jogadores de Portalegre”, alguns deles “da formação que subiram a seniores” este ano.

“Temos apenas três jogadores de fora do distrito e, eventualmente, vamos ter mais dois”, adiantou, referindo que a formação do plantel foi feita através do diálogo entre si e os responsáveis do clube.

Questionado pela Lusa, Rui Pedro Soares recusou a ideia de ter sido escolhido para parceiro um clube que vai disputar um campeonato distrital com poucas equipas por ser mais fácil ascender aos nacionais.

“Pode ser mais fácil subir, mas a história tem demonstrado que, depois, nos campeonatos nacionais, as equipas do interior têm muito mais dificuldades em fixar-se”, notou.

As competições da AFP, com a participação de seis equipas, arrancam no próximo dia 6 de outubro com a Taça de Honra.

Há pouco mais de um ano, a BSAD e o Cova da Piedade revogaram o acordo de fusão para a formação de uma nova sociedade desportiva com o intuito de disputar as competições profissionais, depois de o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) ter recusado uma providência cautelar da nova sociedade para impedir o recomeço da II Liga sem a sua reintegração.

Em julho de 2023, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) recusou a inscrição da nova sociedade desportiva na Liga 3, decisão que a deixava dependente da aceitação da providência cautelar interposta no TAD para continuar nas competições nacionais.

A BSAD tinha derivado de um longo processo de separação com o Belenenses, clube que em 2012 vendeu a maioria do capital social da sua sociedade anónima à Codecity, mas que, em 2018, afastou-se daquela SAD e reiniciou o seu percurso a ‘solo’ nos distritais de Lisboa.