O vice-presidente da Câmara de Lisboa disse esta terça-feira que o trajeto e calendarização da expansão da linha vermelha do Metropolitano se mantém, mesmo sob o risco de se falhar os prazos para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Ainda hoje [terça-feira] falei com o metro [Metropolitano de Lisboa] e continuam a trabalhar no calendário que se acredita ser compatível com o PRR. Continuam a trabalhar nesse cenário“, afirmou Filipe Anacoreta Correia, durante a reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, no período de perguntas e respostas relativas às freguesias da capital.
O autarca foi questionado pelo deputado municipal da Iniciativa Liberal Rodrigo Mello Gonçalves sobre a eventualidade de existirem alterações ao traçado previsto nas obras de expansão da linha vermelha, nomeadamente no jardim da Parada (Campo de Ourique) e em Alcântara, caso exista uma recalendarização.
“Não queremos fazer deste processo o novo aeroporto e pôr em causa o que já foi feito. No caso do jardim da Parada já foram introduzidas melhorias, em Alcântara o projeto já estava amadurecido”, sublinhou.
Ainda sobre mobilidade, Filipe Anacoreta Correia assegurou que a Câmara de Lisboa continua interessada no projeto de metro ligeiro LIOS — Linha Intermodal Sustentável na zona ocidental de Lisboa, que ligará Alcântara a Oeiras, ressalvando que pretende também a expansão da linha vermelha para aquele município.
“Manifestamos ao metro a ambição da expansão da linha vermelha para Oeiras. Acreditamos que os dois projetos podem ser conciliados”, defendeu.
Em julho, no parlamento, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, admitiu que o metro de Lisboa poderá falhar os prazos para o PRR, mas assegurou que mesmo assim será mantida a prioridade na expansão da linha vermelha.
Nesse mesmo dia, em conferência de imprensa, o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR (CNA-PRR), Pedro Dominguinhos, admitiu que a expansão da rede do metro de Lisboa até Alcântara (um dos investimentos previstos no PRR) será “materialmente impossível” concluir até final de 2026.
Nesta expansão estão previstas quatro novas estações e o prazo de execução da obra que está definido em contrato é o final de 2026, o que “torna dentro dos prazos conhecidos, materialmente impossível a sua concretização”, assumiu o gestor.
A obra abrange uma extensão de cerca de quatro quilómetros e quatro novas estações: Campolide/Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara.
A estação de Alcântara fará a ligação à futura Linha Intermodal Sustentável, promovendo a ligação ao concelho de Oeiras (LIOS Ocidental).
O financiamento do PRR prevê um investimento no Metropolitano de Lisboa de 400 milhões de euros para a expansão da Linha Vermelha, de São Sebastião até Alcântara, e 250 milhões de euros para a nova Linha Violeta (metro ligeiro de superfície), que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures, num total de 650 milhões de euros.