O arquiteto Eduardo Souto Moura é o autor das estações de alta velocidade ferroviária de Porto Campanhã e Gaia, bem como a nova ponte sobre o Douro, neste caso com Armando Rito, confirmou à Lusa fonte do consórcio construtor.
De acordo com respostas a questões da Lusa, fonte do consórcio LusoLav, responsável pelo lote 1 (Porto – Oiã) da primeira fase da linha Porto – Lisboa, Souto Moura, prémio Pritzker em 2011, é o autor dos projetos para a reformulação da estação de Campanhã, no Porto, e da nova estação subterrânea de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia.
Já quanto à nova ponte rodoferroviária, com dois tabuleiros, que unirá as duas margens do rio Douro, a arquitetura e engenharia da infraestrutura ficarão a cargo de Souto Moura e Armando Rito, respetivamente.
Um vídeo de apresentação das estações e da ponte foi mostrado no dia 10 de outubro, em Lisboa, aquando da adjudicação da primeira Parceria Público-Privada (PPP) para a alta velocidade Lisboa-Porto, ao consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Casais, Alves Ribeiro, Conduril e Construções Gabriel A.S. Couto).
O novo edifício da estação de Campanhã, no Porto, cuja construção para receber serviços de alta velocidade está prevista até 2030, será “como uma ponte” sobre as linhas ferroviárias, segundo um relatório a que a Lusa teve acesso.
“Os serviços que se encontram hoje instalados no atual edifício da estação” serão relocalizados, o que resultará “numa área bruta total de construção superior” ao exigido no concurso público.
No projeto do novo edifício, é assegurado que “a demolição da torre do relógio existente garante um acesso franco à Passagem Superior Pedonal (PSP)” a construir, havendo também uma libertação de “todo o seu átrio de entrada (hoje parcialmente ocupado pelas bilheteiras da CP)”, fazendo com que o acesso à atual passagem inferior passe a ser feito “diretamente a partir do átrio principal do edifício de passageiros existente”.
Quanto à estação de Gaia, verá nascer uma “grande praça” junto à estação de metro D. João II, com ligações também em Santo Ovídio tanto à futura Linha Rubi como à atual Linha Amarela, e ainda a um terminal de autocarros a construir.
A norte, em D. João II, “a rematar a praça e a enquadrar o acesso à estação é proposta uma volumetria de doze pisos, o edifício de escritórios” segundo o relatório a que a Lusa teve acesso.
Já na área sul do conjunto da estação, que será subterrânea, “o projeto propõe uma volumetria de oito pisos (…) através do qual se faz o acesso ao Átrio de Passageiros Sul da estação”, conforme previsto no Plano de Pormenor de Santo Ovídio, desenhado pelo arquiteto e urbanista catalão Joan Busquets.
Quanto à nova ponte sobre o Douro, o seu tabuleiro superior terá “um alçado muito semelhante ao do tabuleiro da ponte de São João”, e o inferior será em estrutura metálica, “permitindo a redução do seu peso e potenciando a transparência da leitura entre tabuleiros”, consultou a Lusa.
O tabuleiro à cota superior, para a alta velocidade ferroviária, terá 1.181,5 metros de extensão, e o à cota baixa, rodoviária, ciclável e pedonal, terá 677,5 metros de extensão.
A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.
Haverá estações preparadas para receber a alta velocidade em Campanhã (Porto), Santo Ovídio (Gaia), Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa.
Já a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).
No total, segundo o anterior governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.