A leitura do acórdão de um julgamento de tráfico de droga no Tribunal da Feira, no distrito de Aveiro, foi esta sexta-feira adiada devido a um problema de consciência do juiz presidente do coletivo que está a julgar o caso.

No início da sessão, o juiz dirigiu-se aos advogados e arguidos dizendo que tinha o acórdão pronto, mas não o conseguia ler porque havia uma questão que lhe estava “a corroer a consciência”.

“Eu é que durmo com a minha consciência e tenho de me deitar de noite e sentir-me bem comigo próprio”, disse o magistrado.

O juiz explicou que irá reunir novamente com o coletivo, por causa dessa questão, tendo adiado a leitura do acórdão para a próxima quarta-feira.

O processo tem 14 arguidos (11 homens e três mulheres), com idades entre os 20 e 60 anos, que estão acusados do crime de tráfico de estupefacientes e tráfico de menor gravidade.

Um deles responde também por um crime de roubo a um supermercado em Oliveira de Azeméis e um outro está acusado de falsificação de documento, por ter sido encontrada na sua posse uma nota de 20 euros falsa.

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Dos 14 arguidos, quatro dos quais da mesma família, cinco encontram-se em prisão preventiva.

O grupo foi detido durante uma operação da GNR levada a cabo em novembro de 2022 e que incluiu a realização de 18 buscas domiciliárias e seis em veículo.

Durante a operação, foram apreendidas 600 doses de haxixe, 320 doses de cocaína, 210 doses de heroína, 87 doses de canábis, 120 milímetros de metadona, uma estufa e material de corte e de embalamento de produto estupefaciente.

Foram ainda apreendidos 25 mil euros em dinheiro, quatro veículos, uma arma de ‘airsoft’ e diverso material furtado.