Domínio. Tem sido esta a palavra de ordem que melhor descreve a Taça Continental, o primeiro troféu internacional da época no que ao hóquei em patins diz respeito. Depois de Sporting (2019 e 2021), Valongo (2022) e FC Porto (2023) terem vencidos nos últimos anos, aumentando para sete triunfo portugueses em oito edições, o desenrolar das meias-finais garantiu desde logo o quinto troféu consecutivo para Portugal, que organizou apenas pela terceira vez uma final-four da competição — Oliveira de Azeméis juntou-se a Lisboa (pavilhão João Rocha, em 2019) e Barcelos (2018).

No formato tradicional, o campeão europeu Sporting acabou por superiorizar-se ao finalista vencido da Taça WSE, o Follonica. O jogo acabou por não ser assim tão acessível e a vitória leonina só apareceu no prolongamento, com Alessandro Verona a fazer o tento da vitória ante os italianos (5-4). De seguida, a Oliveirense, finalista da Liga dos Campeões, aproveitou o fator casa e desfeiteou o vencedor da segunda prova europeia, o Igualada, por expressivos 1-5.

O festival dos azuis não esbateu o rosa do campeão: Sporting vence Follonica e está na final da Taça Continental

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“O objetivo era passar à final, jogando bem ou jogando mal. A verdade é que tivemos altos e baixos em todo o jogo. Os nossos jogadores estão habituados a jogar finais, sabem o que fazer para ganhar uma final, mas o que lhes vou pedir para amanhã [domingo] é que as finais se ganham a defender e temos de apresentar uma defesa melhor. A formação italiana [Follonica] não é uma equipa qualquer. Tem gente muito experiente, que joga bem hóquei e sabe o que quer. Não tem um ritmo dinâmico, mas é o que eles querem, procuram um ritmo mais lento para tentar deixar o adversário nervoso e a verdade é que no início da segunda parte conseguiram”, analisou o novo treinador verde e branco, Edo Bosch, em conferência de imprensa.

“Não interessa se jogas bem ou mal uma final, o que interessa é ganhá-la. Acredito que se jogar bem e se as diversas fases do jogo forem controladas… É crucial ter uma boa defesa, mas também ter capacidade para ferir ofensivamente, nas transições. O que queremos é discutir o jogo e ganhar. Era extremamente importante. O clube fez 102 anos, tem tido um crescimento sustentado, é mais uma final, a segunda este ano e no ano passado esteve noutra. É o patamar em que queremos estar. Agora vamos tentar consolidar com vitórias e é o vamos tentar fazer amanhã [domingo]”, perspetivou Nuno Resende, que também cumpre a primeira época nos unionistas.

Assim, depois de se terem defrontado na final da última Liga dos Campeões, em maio, num jogo que terminou com a vitória leonina no Pavilhão Rosa Mota (1-2), Sporting e Oliveirense voltaram a encontrar-se, numa época que começou com alterações nas equipas. Nos lisboetas, Alejandro Domínguez saiu e foi substituído por Edo Bosch, antigo treinador da… Oliveirense, que resgatou Nuno Resende ao Benfica. Para além disso, a formação verde e branca perdeu Ferran Font e contratou Roc Pujadas.

Pela primeira vez na presente temporada, Resende fez alterações no cinco inicial e lançou Lucas Martínez e Bruno Di Benedetto. Ainda assim, o Sporting acabou por entrar melhor, mostrando mais eficácia no ataque em relação ao adversário, embora não tenha conseguido superar Xano Edo. O equilíbrio acabou por perdurar no primeiro tempo, depois de as duas equipas terem apresentado um ritmo de jogo bastante elevado, dando pouca margem de manobra ao adversário. Nas balizas, os dois internacionais portugueses, Ângelo Girão e Edo, foram adiando o que parecia inadiável.

Na etapa complementar, Facundo Bridge viu o azul nos primeiros minutos mas, na cobrança do livre direto, Martínez atirou ao lado (32′). O power play acabou por trazer alegria aos homens da casa, já que, num lance de insistência, o capitão Marc Torra lá conseguiu bater Girão (33′). Contudo, a resposta leonina foi praticamente imediata, com Matías Platero a empatar num lance individual (36′). Pouco depois, a Oliveirense atingiu a décima falta coletiva, mas João Souto rematou por cima da baliza de Edo.

À entrada para os últimos dez minutos, Lucas Martínez voltou a aparecer na final e, com uma arrancada que começou ainda no seu meio-campo, ultrapassou a defesa e atirou para o 1-2 (41′). Logo a seguir, o argentino voltou a aparecer e, numa jogada rápida de contra-ataque, bisou perante a saída do português (42′). Apesar do resultado, o Sporting não conseguiu melhorar na área adversária e quase sofreu o quarto golo, não fosse Nuno Santos ter desperdiçado (44′). Depois de Edo Bosch ter solicitado uma pausa técnica, a equipa relançou o encontro, com Roc Pujadas a aparecer isolado e a finalizar depois de tirar Edo do caminho (48′). Nos instantes finais, os verde e brancos lançaram-se no ataque sem guarda-redes, mas foi nesta condição que Xavi Cardoso fechou as contas, finalizando para a baliza deserta a quatro segundos do fim (2-4).

Com este resultado, a Oliveirense conquistou a Taça Continental pela segunda vez na história, juntando este troféu levantado em casa ao que já tinha vencido em 2017, vencendo o Reus na final da primeira edição com final-four. Esta vitória permitiu à equipa de Oliveira de Azeméis igualar Sporting, FC Porto e Noia com duas conquistas. Por outro lado, os leões não estão a ter um bom arranque de época e, depois de terem sido goleados pelo Benfica na meia-final da Elite Cup (6-1), perderam mais um troféu. Como ponto positivo fica, para já, a vitória no arranque da Liga (4-1 ante o Hóquei de Braga).