As chamadas para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) estão a registar um tempo médio de espera inferior a um minuto, anunciou esta sexta-feira o INEM, que atribuiu essa melhoria da resposta às medidas recentemente implementadas.
“Os tempos médios de atendimento dos CODU apresentam melhorias significativas, após a implementação das medidas de contingência com vista à otimização do funcionamento da central médica do INEM”, adiantou o instituto em comunicado.
Segundo a instituição, desde as 00h00 desta sexta-feira que o tempo médio para atendimento de chamadas para o número de emergência se situa nos 17 segundos.
De acordo com os dados disponibilizados pelo instituto, em relação a quinta-feira, o tempo médio a partir das 00h00 foi de um minuto e 11 segundos, desde as 16:00 foi de 52 segundos e, após as 19h00, os CODU passaram a atender as chamadas encaminhadas pela central 112 em 37 segundos.
Apesar desta “evolução positiva”, o conselho diretivo do INEM admite, segundo o comunicado, que os valores “não são ainda os ideais”, pelo que continuará a desenvolver “todos os esforços” no sentido de melhorar estes indicadores.
Do conjunto de medidas anunciadas pelo INEM na quarta-feira, foi implementado, do dia seguinte, o reforço das escalas de técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) no período diurno, em detrimento do turno da noite.
Na quinta-feira, foi ainda simplificado o algoritmo de triagem nas ocorrências mais graves e prioritárias, alocados TEPH que tripulam as unidades móveis de intervenção psicológica de emergência e as ambulâncias de transporte inter-hospitalar pediátrico ao atendimento das chamadas do CODU e integrados enfermeiros nas equipas do CODU para realização de determinadas funções.
Já hoje, começaram a ser integrados no atendimento dos CODU técnicos que até agora estavam em serviços de suporte e elementos da coordenação operacional, avançou ainda o instituto.
“O INEM conta implementar, num prazo de dias, o mecanismo de atendimento automático que será acionado apenas em momentos de sobrecarga do sistema do CODU, em que o atendimento de chamadas ultrapasse os três minutos”, refere também o comunicado.
Este mecanismo permitirá, de “forma rápida e automática”, estratificar a gravidade das situações e ativar uma prioridade para o acionamento de meios ou, por outro lado, transferir a chamada para o SNS 24, referiu o INEM, que pretende monitorizar o impacto destas medidas diariamente e ajustá-las de acordo com os resultados alcançados.
O instituto alerta ainda que o número europeu de emergência 112 deve ser contactado apenas em situações de emergência, para garantir que os recursos estejam disponíveis para quem realmente precisa.
As falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para os CODU, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar têm levantado forte polémica e já terão levado à morte de pelo menos seis pessoas.
Os técnicos de emergência pré-hospitalar iniciaram no dia 30 de outubro uma greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais.
A paralisação foi suspensa na quinta-feira, após o sindicato ter assinado um protocolo negocial com o Ministério da Saúde.
Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.