A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou na semana passada o pedido formal de extradição de Fábio Loureiro, um dos cinco evadidos da cadeia de Vale de Judeus, recapturado em Marrocos, onde ainda se encontra detido.
“Confirma-se que o pedido formal de extradição foi enviado, por via diplomática, na semana passada, tendo a Procuradoria-Geral da República já recebido a confirmação da sua receção por parte das autoridades marroquinas”, adiantou a PGR em resposta enviada à Lusa.
A 18 de outubro, a família do evadido de Vale de Judeus divulgou através de um comunicado que Fábio Loureiro aceitava ser extraditado para Portugal, recuando na posição assumida inicialmente, logo após a detenção em Tânger.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a família informou que após “muito ponderar” com os advogados de defesa (em Marrocos e Portugal) acerca da “pretensão de oposição à extradição” de Marrocos para Portugal, Fábio Loureiro decidiu, “em consciência, desistir” da recusa em ser extraditado.
A nota da família acrescentava que Fábio Loureiro aceita “de modo irrestrito, ser extraditado o mais rápido que se mostrar viável, para Portugal, seu país natal”.
A aceitação da extradição para Portugal foi comunicada pelos canais próprios às autoridades judiciárias de Marrocos e à Embaixada de Portugal em Rabat.
Segundo a mesma nota da família, foi pedido ainda à embaixada de Portugal em Marrocos que informe oficialmente o Ministério da Justiça português, de modo a encetarem-se os procedimentos necessários à extradição do Fábio Loureiro para Portugal, onde cumprirá o tempo restante das suas condenações e responderá judicialmente pela evasão em 7 de setembro passado, do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus.
Fábio Loureiro, que está condenado pelos crimes de rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada e evasão, foi detido em Tânger, Marrocos, precisamente um mês após uma fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus que contou com a ajuda de pessoas externas à prisão e implicou a utilização de uma enorme escada.
A detenção de Fábio Loureiro, também conhecido por Fábio “Cigano”, resultou de uma operação desenvolvida pela Polícia Judiciária (PJ) portuguesa em cooperação com as autoridades policiais marroquinas e espanholas, a qual mereceu o elogio da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice.
Na altura, recaía sobre Fábio Loureiro um mandado de detenção internacional e o então fugitivo estava na lista dos mais procurados da Interpol.
O grupo de cinco evadidos, com idades entre os 33 e 61 anos, incluía ainda o cidadão português Fernando Ribeiro Ferreira, o georgiano Shergili Farjiani, o argentino Rodolf José Lohrmann e o britânico Mark Cameron Roscaleer.
Os evadidos estavam a cumprir penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes graves, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.