A TAP lucrou 118,2 milhões de euros nos nove primeiros meses do ano, um valor que representa uma queda de 41,9% face a igual período do ano passado. O terceiro trimestre contribuiu com 117,8 milhões de euros desse resultado, continuando a melhor os resultados trimestre a trimestre. Até junho os lucros estavam nos 400 mil euros. O segundo trimestre tinha sido o primeiro com lucros desde que os salários deixaram de ter cortes.
No terceiro trimestre os lucros continuaram. Atingiram 117,8 milhões de euros, o que representa uma diminuição homóloga de 62,8 milhões devido ao impacto de perdas cambiais. A TAP opta, no entanto, por comparar também com o terceiro trimestre de 2019, antes da pandemia, realçando uma melhoria de 116,6 milhões.
Até setembro, nos nove primeiros meses do ano, as receitas operacionais atingiram os 3.252,6 milhões, mais 2,8% face ao mesmo período do ano passado e mais 30,6% face aos nove primeiros meses de 2019. O load factor, que indica a taxa de ocupação dos aviões, melhorou um ponto percentual, mas a TAP realça ainda o crescimento das receitas de manutenção. As receitas com passagens aumentaram, em nove meses, 1,8%, enquanto as de manutenção subiram quase 40%.
Os custos operacionais recorrentes subiram mais que as receitas operacionais. Aumentaram 4,0%, atingindo 2.874,9 milhões de euros. Os custos com pessoal, que comparam com um ano (2023) ainda de cortes, subiram, nos nove primeiros meses, 31,8% e no trimestre registaram uma subida de 44%.
A empresa explica isso mesmo que a variação resulta “principalmente do aumento dos custos com o pessoal devido aos novos acordos de empresa que produziram efeito apenas no quarto trimestre de 2023, excetuando o acordo com os pilotos que entrou em vigor no terceiro trimestre de 2023, e pelo aumento das depreciações e amortizações (+EUR 19,0 milhões ou 16,6%)”. Os aumentos “foram parcialmente contrabalançados pelo decréscimo dos custos operacionais de tráfego (-EUR 19,7 milhões ou 7,4%) devido à redução de contratação de ACMI (aluguer de aviões) e redução de custos com irregularidades”.
Assim, se a receita por passageiro por lugar-quilómetro (PRASK) diminui 0,04 cêntimos, ficando nos 7,29 cêntimos, o custo por passageiro por lugar-quilómetro oferecido aumentou para 7,11 cêntimos, incluindo custo com combustível.
O EBITDA recorrente diminuiu, assim, 1% para 744,8 milhões nos nove primeiros meses.
Citado em comunicado, Luís Rodrigues realça os dois grandes desafios do terceiro trimestre: “a situação difícil de gestão do espaço aéreo europeu e as desvalorizações cambiais significativas”. Mas diz que “a melhoria da pontualidade e do NPS (Índice de Satisfação do Cliente) e a estabilização da regularidade confirmam uma operação mais robusta e com um melhor serviço para os nossos clientes, que se traduz em aumentos de receitas e consolidação de resultados operacionais.”. A TAP acrescenta que para o quarto trimestre de 2024 “as reservas encontram-se ligeiramente acima do ano anterior, sendo expectável que compensem alguma pressão sobre as yields” (ganhos por passageiro/quilómetro). Em novembro, a empresa conclui a emissão de obrigações de 400 milhões de euros, com uma taxa de 5,125%, prevista no plano de reestruturação. No quarto trimestre, a TAP salienta que vai continuar o investimento no Brasil com a abertura de uma nova rota para Manaus e receberá duas novas aeronaves A320 Neo, em substituição de dois A320 CEO.