O Ministério Público ainda não abriu e analisou documentos apreendidos em novembro do ano passado nas buscas à sociedade de advogados Morais Leitão, que tem como sócios o antigo secretário de Estado João Tiago Silveira e Rui Oliveira Neves, ex-administrador da Start Campus, dois dos principais arguidos no processo da Operação Influencer, avançou o Expresso.

Segundo o jornal, este atraso indica que não foram assim analisadas provas que podem implicar o antigo primeiro-ministro António Costa  num crime de prevaricação ou corrupção. O Expresso indica ainda que a existirem esses elementos, devem estar entre o material apreendido ao advogado Tiago Silveira, um dos autores de uma lei conhecida como Simplex Industrial que alegadamente beneficiou a Start Campus.

O semanário avança ainda que, até ao momento, a única iniciativa dos procuradores que investigam a Operação Influencer foi requerer a reconstituição do material apreendido na sociedade de advogados para que novos selos possam ser colocados. O Público noticiou, esta semana, terem havido pelo menos três cortes dos selos que garantem a inviolabilidade do material recolhido.

Operação Influencer. Arguidos que não foram detidos continuam sem serem ouvidos um ano depois

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A Operação Influencer levou no dia 7 de novembro de 2023 às detenções do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, do advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas. São ainda arguidos o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado João Tiago Silveira e a Start Campus.

O processo foi entretanto separado em três inquéritos, relacionados com a construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela sociedade Start Campus, a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.

O antigo primeiro-ministro, António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão do cargo. Com a saída do cargo e a consequente perda de foro especial para investigação, o processo relativo ao ex-governante desceu ao DCIAP.