A Itália conquistou este domingo pelo segundo ano consecutivo a Taça Davis, ao vencer os Países Baixos por 2-0, com o tenista Jannik Sinner a coroar uma temporada inesquecível com um novo título pela sua seleção. Estreantes em finais da Taça Davis, os neerlandeses não conseguiram contrariar o favoritismo de Itália, que juntou o cetro masculino ao alcançado há quatro dias pela seleção feminina na Billie Jean King Cup, também em Málaga, e ergueu pela terceira vez a emblemática Saladeira (a outra foi em 1976).
Depois de muitos meses, longas batalhas e muitas viagens, terminou mais uma temporada de ténis. As finais da Taça Davis levaram as oito seleções do mundo até Málaga e a última semana ficou pautada por fortes emoções. Rafa Nadal despediu-se do ténis profissional, Espanha sucumbiu em casa, nos quartos de final, perante os Países Baixos que, a par de Itália, lutaram pelo título de campeão mundial.
De um lado estava uma seleção italiana que, com Jannik Sinner, Lorenzo Musetti, Matteo Berrettini, Andrea Vavassori e Simone Bolelli, procurava alcançar o segundo título consecutivo. Do outro estava uma formação neerlandesa que nunca tinha estado na final da Taça Davis, mas que confiava plenamente em Tallon Griekspoor, Botic van de Zandschulp, Jasper de Jong e Wesley Koolhof. Ainda assim, Itália tinha vencido nove dos dez jogos frente aos Países Baixos e a derrota remontava ao ano de… 1923.
A primeira partida colocou frente a frente Berrettini e Van de Zandschulp, atleta que se revelou fundamental nesta histórica caminhada dos Países Baixos, já que derrotou Nadal (6-4 e 6-4) e Daniel Altmaier (6-4, 6-7 e 6-3). Por seu turno, o italiano chegava à final motivado já que, depois de ter substituído Musetti, derrotou Thanasi Kokkinakis após reviravolta (6-7, 6-3 e 7-5). O jogo começou equilibrado, mas o primeiro set acabou por cair para o lado italiano, com um triunfo por 6-4, fruto do break alcançado no fim. No segundo parcial, Berrettini dominou desde o início, quebrou o serviço do neerlandês na fase inicial e controlou até ao fim, adiantando Itália na final com 16 ases em pouco mais de uma hora (6-2).
MATTEO BERRETTINI WINS! ????????
He takes the first match 6-4 6-2 over Van de Zandschulp to give @federtennis a 1-0 lead in the tie ????#DavisCup | @MattBerrettini pic.twitter.com/8lCHdy1ewL
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No segundo encontro de singulares, o número um do mundo encontrou Griekspoor no culminar de uma semana em que cilindrou Sebastián Báez (6-2 e 6-1) e Alex de Minaur (6-3 e 6-4), cedendo apenas dez jogos nos dois encontros. Ao contrário do que tinha acontecido até então, Sinner teve um jogo equilibrado para frente, com nenhum dos tenistas a ceder espaço. O neerlandês foi gigante diante do líder do ranking, que terminou a época um impressionante registo de apenas seis derrotas e os títulos do Open da Austrália e dos Estados Unidos, das ATP Finals e de três Masters 1.000.
As estatísticas estavam contra si, mas o neerlandês esteve absolutamente irrepreensível no seu serviço, não enfrentando qualquer break-point no primeiro parcial, ao contrário do número um mundial, que anulou dois no terceiro jogo. Mas Sinner não é líder do ranking por acaso e, quando precisou, elevou o nível do seu jogo para vencer facilmente o tie-break por 7-2. O 40.º mundial pode, contudo, congratular-se por ter sido o único a ganhar seis jogos ao italiano nesta edição da Davis, conseguindo ainda devolver um break no quarto jogo do segundo set. Impassível, o jovem de 23 anos reagiu prontamente e voltou a quebrar duas vezes o serviço do neerlandês, para adiantar-se para inalcançáveis 5-2.
O triunfo era certo mas Sinner complicou a sua tarefa, desperdiçando três pontos para fechar o encontro, num raro vislumbre de humanidade de um campeão que raramente treme. “Se [a Davis] não fosse importante, não estaria aqui. Significa muito para mim”, assumiu já depois de ter mesmo selado o triunfo da sua seleção, após uma hora e 31 minutos. Mostrando-se “honrado” por integrar a equipa campeã, Sinner reconheceu ter sentido uma pressão diferente, uma vez que a competição é “muito importante” para o seu país, que conquistou o troféu pela segunda temporada consecutiva, o que não acontecia desde 2012 e 2013 (Rep. Checa) , numa altura em que a final era disputada à melhor de cinco jogos.
ITALY CONTINUE THEIR REIGN AS WORLD CHAMPIONS ????????@janniksin takes down Griekspoor 7-6(2) 6-2 to retain the #DavisCup for @federtennis ???? pic.twitter.com/Ah1tCx7oUN
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