“Foi-me comunicado hoje [quarta-feira] que encontrámos uma solução para a Academia de Amadores de Música no Chiado”, adiantou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), na reunião pública do executivo municipal.
A solução que a Câmara diz ter encontrado para acolher a Academia de Amadores é na Rua Vítor Cordon, num edifício municipal em que uma parte é ocupada pelo Organismo de Produção Artística (OPART) e também por um arquivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.
O OPART é a entidade pública empresarial responsável pela gestão do Teatro Nacional de São Carlos, da Companhia Nacional de Bailado e dos Estúdios Victor Córdon.
“Penso que agora, com a boa vontade tanto do OPART, que está lá numa parte do edifício, como do senhor presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior [que tem lá um arquivo], a situação fica resolvida”, sugeriu Carlos Moedas.
Considerando que esta “é uma boa notícia”, o presidente da câmara realçou a dificuldade de encontrar um espaço no centro da cidade e referiu que a Academia de Amadores de Música já foi informada sobre a solução que a Câmara diz ter encontrado.
“Eles já sabem. Estão contentes. Ainda não foram lá visitar, mas conhecem bem”, adiantou.
Na reunião de câmara de 30 de outubro, no período de intervenção do público, o presidente da direção da Academia de Amadores de Música, Pedro Barata, apelou à ajuda do município para encontrar um local alternativo para que a academia continue a funcionar na cidade, tendo o executivo municipal, inclusive Carlos Moedas, se solidarizado e assegurado empenho na resolução do problema.
Com 140 anos de história, a Academia de Amadores de Música funciona na Rua Nova da Trindade, no Chiado, mas terá de abandonar em breve as instalações por incapacidade para pagar a nova renda, que passou de 542 euros para 3.728, pondo em causa o ensino de música de 320 alunos.
A este propósito, foi promovida uma petição “pela manutenção e salvaguarda da Academia de Amadores de Música”, que conta já com 8.000 subscritores, tendo atingido as 7.500 assinaturas necessárias para que o tema seja discutido em plenário da Assembleia da República.
Se a Academia não tiver o problema das instalações “rapidamente resolvido, não se antevê como poderá assegurar o ensino da música no letivo de 2025-2026 aos 320 alunos que frequentam atualmente a Academia”, é referido na petição, apelando a uma “solução de fundo”.
Os subscritores defendem a aquisição do espaço onde atualmente funciona a escola ou então a “cedência em permanência de um espaço adequado à prática da atividade da Academia, incluindo nos seus requisitos de centralidade e acessibilidade”, lê-se na petição.
Pela Academia, fundada em 1884, passaram nomes conhecidos da música como Carlos Bica, Pedro Ayres Magalhães ou Teresa Salgueiro, bem como clássicos como Fernando Lopes Graça, que foi diretor da Academia, Luís Freitas Branco e Emanuel Nunes.