Numa escala de zero até 1.000, os alunos portugueses do 12.º ano não foram além dos 482 pontos a matemática e dos 467 física, ficando, em ambos os casos, a meio de uma tabela composta pelos nove países que participaram, em 2015, no Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS) Advanced, o estudo que avalia conhecimentos e competências em matemática A e física de alunos a frequentar o 12º ano em cursos científico-humanísticos.

Com é a primeira vez que Portugal participa neste teste, que vai na terceira edição (as outras duas foram em 1995 e 2008), não é possível fazer uma análise evolutiva, mas apenas comparar com os restantes países. Portugal ficou acima da França, Eslovénia, Noruega, Suécia e Itália, mas pontuou abaixo da Federação Russa, do Líbano e dos Estados Unidos.

Testar os alunos de 12.º a matemática e física

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O TIMSS Advanced vai na sua terceira edição, sendo que a primeira foi em 1995 a segunda em 2008. Esta avaliação feita a alunos do 12.º ano a matemática A e física procura “aferir o grau de preparação da nova geração de cientistas e engenheiros, apresentando-se como um instrumento de apoio a políticas educativas de reforço na formação nestas áreas”. Em 2015 participaram cerca de 56 mil alunos, cinco mil professores e três mil diretores de escolas de nove países de todo o mundo.

Em Portugal, participaram 5.851 alunos do 12.º ano — 4.068 a matemática e 1.783 a física. Foram amostradas 221 escolas (209 públicas e 12 particulares e cooperativas) que fizeram exame a matemática e 149 que fizeram testes a Física.

Olhando para as três dimensões avaliadas a matemática no TIMSS Advanced — álgebra, cálculo e geometria — foi em álgebra que os alunos portugueses mostraram ter mais conhecimentos (12 pontos acima da média global nacional) e as maiores dificuldades foram sentidas nas questões de geometria (18 pontos abaixo do resultado global nacional). Este retrato estende-se, de resto, aos restantes alunos dos oito países participantes.

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No caso da física, os resultados médios globais dos alunos portuguesas foram sustentados nos conhecimentos a mecânica e termodinâmica (22 pontos acima da média alcançada) e os maiores problemas foram notados nos conteúdos de eletricidade e magnetismo. No conjunto dos países analisados, o pior desempenho foi verificado ao nível dos fenómenos ondulatórios e física atómica e nuclear.

À semelhança do verificado no que diz respeito aos alunos do 4.º ano, também no final do ensino secundário, os alunos rapazes pontuam melhor que as raparigas a matemática A — mais dois pontos — e a física — mais 14 pontos.

Alentejo Central e Açores destacam-se em matemática A e física

Os melhores desempenhos a matemática foram registados no Alentejo Central (512 pontos, 30 acima da média nacional), Oeste (505), Viseu Dão Lafões (503), Baixo Alentejo (502) e Coimbra (500). Mas foi na região autónoma dos Açores que os melhores alunos alcançaram pontuações mais altas (média de 641 pontos). Já no outro extremo da tabela encontram-se os alunos do Alto Alentejo (que não foram além dos 433 pontos), da Lezíria do Tejo (456 pontos) e de Trás-os-Montes (459).

No caso da física, os alunos que pontuaram melhor foram os da região autónoma dos Açores (512 pontos, 45 pontos acima da média nacional), os do Oeste (503) e os de Leiria (500). No extremo oposto apresentam-se os alunos do Cávado (423 pontos, menos 44 pontos do que a média nacional) e o Alto Minho (431 pontos).

Em ambas as disciplinas, os alunos que frequentavam os colégios particulares e cooperativos, em 2015, pontuaram melhor — em linha com aquilo que têm retratado os rankings das escolas anuais, com base nas notas dos exames nacionais.

No caso da matemática A, os alunos dos colégios postos à prova alcançaram 518 pontos, mais 36 pontos do que a média nacional e mais 39 do que os alunos das escolas públicas (em grande maioria nesta amostra posta a exame). Já no que diz respeito à física, a diferença face às escolas públicas é menos acentuada, ainda assim foi de 21 pontos, fixando-se nos 486 pontos, no caso dos privados.