O Bankinter garante que está – e continuará a estar – atento a oportunidades de aquisição no mercado bancário português, incluindo uma eventual operação de venda do Novo Banco no próximo ano. O banco de capitais espanhóis, que está em Portugal desde 2016 (quando comprou a operação do Barclays), voltou a aumentar os lucros na operação portuguesa (um aumento de 9% para 66 milhões de euros) em parte graças a um crescimento do negócio acima do ritmo do restante setor em várias rubricas. Apesar desse crescimento, porém, o Bankinter elege como prioridade crescer no crédito às empresas e nesse segmento o Novo Banco tem uma quota “bastante interessante” e “a seu tempo, se surgir oportunidade, o banco irá avaliar”.

A declaração foi feita por Alberto Ramos, “country manager” do Bankinter Portugal, num encontro com jornalistas em Lisboa para a apresentação dos resultados da operação portuguesa. O banqueiro, que trabalhou 13 anos no Banco Espírito Santo, diz que o Novo Banco “hoje está muito diferente” e não se sabe exatamente em que moldes é que o banco poderá vir a ser colocado no mercado pelo atual acionista controlador, o fundo Lone Star. “Para o país, para o Governo pode ser diferente, mas para nós será sempre uma decisão financeira, que tem de fazer sentido para nós, com critérios de rentabilidade que faça sentido”, atira.

O Novo Banco “não está no mercado, não saberemos quando estará – se este ano ou em 2021 – mas se surgirem oportunidades de crescimento não-orgânico a seu tempo poderemos analisar, como temos analisado todas as operações”. O gestor não revela, porém, se analisou ou, sequer, se o banco foi convidado a olhar concretamente para uma potencial aquisição do EuroBic, que acabou por assinar um memorando de entendimento para ser vendido aos também espanhóis do Abanca.

O Bankinter cresceu as quotas de crédito a ritmos superiores aos do setor mas, garante o líder do banco, esse trabalho tem sido feito de forma “sã e prudente”. Na nova produção de crédito à habitação, por exemplo, o Bankinter aumentou a concessão de crédito em 35%, ao passo que o mercado cresceu, em média, cerca de 19%. Nas empresas, por outro lado, o setor caiu 4% em média mas o Bankinter aumentou 22% face ao ano anterior.

“Este é o resultado do trabalho que tem sido feito de desenvolvimento do negócio do banco, em crescimento orgânico, o que não quer dizer que não poderemos desviar desse caminho se surgir uma oportunidade que faça sentido” numa perspetiva de “acelerar” o crescimento da instituição em Portugal. “Quando chegar o momento avaliaremos”, promete Alberto Ramos.

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