894kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
i

O mais recente projeto do Branko, dos Buraka Som Sistema, é a nova meca dos sneakers exclusivos e das marcas da lusofonia emergentes © Filipe Amorim

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

O mais recente projeto do Branko, dos Buraka Som Sistema, é a nova meca dos sneakers exclusivos e das marcas da lusofonia emergentes © Filipe Amorim

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Há um espaço "Komum" e cheio de ténis no Chiado, que quer "calçar a capital com histórias" e não só

Horas de conversa sobre Dunks ou Air Max exclusivos, a coleção do Dino D'Santiago, vinis, as t-shirts do Branko e os ditos populares da Jar cabem todos na nova meca da streatwear da capital.

Segunda-feira, 14h20. Ainda faltam quarenta minutos para a abertura, mas o espírito da Komum já se sente no sobe e desce da escadaria da Calçada Nova de São Francisco, no coração da baixa lisboeta, dentro das caixas de papelão que, à primeira vista, ninguém estimaria em algumas centenas de euros. Entre as 11 e as 14h30, as manhãs do primeiro dia da semana, são sempre assim. Criada para dar um espaço físico aos pares de ténis icónicos que começaram a tomar de assalto a compra e venda nas redes sociais, a loja que abriu há duas semanas e pretende afirmar-se no panorama da cultura urbana, dedica toda a manhã à compra de novos pares.

João Barbosa — o Branko dos Buraka Som Sistema, que está por detrás do projeto com a companheira, Cinda Nunes — explica que é “uma forma de alimentar um ecossistema rotativo” em Portugal. “A ideia não é fazer o que já está feito no digital, é ocupar um espaço que não estava ocupado e dar um expositor físico a uma cultura.”

Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Estes Nike ID com a inscrição Black Dimond - primeiro álbum dos Buraka - não estão à venda. Branko chama-lhes "os mais icónicos" da coleção pessoal que é ponto de partida para a Komum © Filipe Amorim

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Da última edição dos Air Jordan 2 Retro assinada por Virgil Abloh, antes da morte prematura em novembro, ao par 24 da coleção de 50 Dunks, lançada um ano antes pelo designer que foi o primeiro afro-americano a assumir a direção criativa da Louis Vuitton, passando, claro, pelos futurista Yeezy da Adidas e Kanye West, pelos chamados Forum Low – Back to School assinados pelo ícone do trap latino Bad Bunny ou pelos cobiçados Air Jordan 6 British Khaki do rei dos sneakers Travis Scott, há de tudo para aguçar a curiosidade dos colecionadores no expositor que ainda acomoda a coleção made in Europa da Nike em colaboração com os holandeses da Pata ou a reedição comemorativa dos Air Max Bacon, inspirados precisamente numa fatia de toucinho fumado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

  • Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
    Última edição dos Air Jordan 2 Retro assinada por Virgil Abloh em vida © Filipe Amorim
    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
  • Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
    Depois de Michel Jordan introduzir os sneakers com o mesmo nome, Travis Scott lançou estes Air Jordan 6© Filipe Amorim
    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
  • Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
    Os adidas assinados por Bad Bunny © Filipe Amorim
    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
  • Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
    Os chamados Air Max europeus, são uma parceria da Nike com a Pata© Filipe Amorim
    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Mais do que “ver com as mãos, modelos que só encontramos na Internet”, explica-nos Cinda Nunes, “o objetivo também é abrir um espaço de conversa, porque há histórias incríveis” por detrás de cada par de sneakers. “A nossa ideia é criar uma comunidade que se identifique com a cultura. Juntar aqui um grupo de pessoas que conhecem e se não conhecem que querem conhecer e se querem juntar. E temos aqui um espaço de convívio, um espaço “Komum” de pessoas que se querem juntar e estar aqui connosco, dai o nome. Nós queremos muito essa partilha. Não é específico para um determinado tipo de pessoas, é específico para todos os que gostam e se identificam com aquilo que representamos aqui na nossa loja”, resume o conceito da mais recente meca da cultura urbana.

“O espaço Komum é mesmo criado para isto: começar conversas. Não foi criado apenas para vender coisas, queremos que seja o início de muitas conversas e de uma série de projetos que se calhar não aconteceram porque não havia um espaço que fizesse essa ligação”, continua o DJ e produtor que além dos sneakers exclusivos, ainda foi buscar a mais recente coleção do amigo Dino D’Santiago, as t-shirts e sweats estampadas com os dizeres populares da Jar Project, a t-shirt da sua autoria e os discos vinil da Enchufada, para afirmar a qualidade da produção nacional na streetwear.

4 fotos

Valor acrescentado

Colecionadores e também eles proprietários oficiais de pares de ténis icónicos, tanto Cinda como João provam durante a entrevista ao Observador que, de facto, é possível passar horas a conversar sobre as cores, o design, a escolha dos materiais e  sobre o preço dos pares que têm em loja. “Também temos, mas nem todos os pares têm de ser inflacionados para 700 ou 800 euros. A conversa vai muito além disso. Há pares a 1000 euros e até mais, mas aqui na Komum o nosso interesse é conseguir calçar a cidade com histórias mais bonitas e não necessariamente com as mais caras” assume Branko, depois acomodar devidamente os Air Jordan 2 Retro de Virgil Abloh, à venda por 590 euros.

Em jeito de enciclopédia urbana, o DJ exibe a tal reedição dos Air Max 90 Bacon para provar a teoria. “Este par, por exemplo, está a 200 euros e é capaz de condensar a história de Nova Iorque e o início desta cultura dos sneakers”, vai rodando o pé direito do modelo que a Nike lançou em parcerias com a loja Dave Quality Meat’s, pela primeira vez em 2010. “Inspiraram-se numa fatia de bacon, porque a loja deles era um antigo talho. Tiraram a carne para pôr sneakers e deram esta identidade a um dos modelos mais icónicos da Nike. Então, tê-los aqui é valor acrescentado e rompe com a ideia que os modelos mais especiais são os mais caros.”

Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Inspirados numa fatia de bancon, estes Air Max 90 foram reeditados no ano passado © Filipe Amorim

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Espécie de montra viva, a mais recente loja das escadinhas da Calçada Nova de São Francisco está aberta até a quem não compra. “Há muita gente que só vem ver. Tem curiosidade. Não são necessariamente pessoas que vêm para comprar mas têm a necessidade de ver. E nós também acabamos por nos sentir realizados porque a ideia é essa: não precisam de vir necessariamente para comprar nada, venham e conheçam”, incentiva Cinda. “Muitos destes pares só se encontram nas redes sociais, através de um ecrã, não conseguimos chegar, nem ver exatamente como é a cor. Um modelo na mão é sempre mais real e então esse também é o nosso objetivo. Fazer as pessoas sentir os pares.”

Coincidências, zero

Da localização, especificamente na Baixa Pombalina, à escolha da equipa nada na Komum é ao acaso. Uns degraus acima da cervejaria belga Delirium, a loja está a poucos metros de outras marcas internacionais de streetwear como a Breed, a Latte, na Rua Nova do Almada, e a Carharrt, na Rua Áurea. Local de convergência de todos os subúrbios da capital, atravessou o rio Tejo para trazer para trás do balcão outro especialista na arte de conversar horas a fio sobre os bastidores, origens e desenvolvimentos do mundo urbano.

O mais novo da “comunidade” chama-se Miguel Rufino, vem do Barreiro, e “consegue juntar os interesses todos”, explica-nos o casal que decidiu transformar um hobbie pessoal em negócio. “É uma pessoa que está dentro de tudo e acaba por ser um porta voz da cultura que queremos transmitir. Sneakers, música, marcas da lusofonia… tem mesmo um conhecimento muito abrangente e era impossível termos aqui uma pessoa só para fazer vendas.”

  • Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
    O dálmata de loiça que nos recebe à porta, é uma espécie de homenagem ao dálmata verdadeiro de Branko e de Cida Nunes © Filipe Amorim
    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
  • Reportagem na loja de streetwear e ténis “Komum”, que conta com as peças de Branko, Dino d’Santiago e Jar. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
    Ainda este ano, a Komum vai ter etiqueta própria com uma coleção de estampas fotográficas © Filipe Amorim
    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Com os olhos postos no amanhã, a Komum vai lançar uma coleção de t-shirts com estampas fotográficas com etiqueta própria, até ao fim desde ano. No futuro, quer ser palco para o lançamento de discos e marcas emergentes que se enquadrem no conceito que é independente e, essencialmente, livre da pressão dos fornecedores e de tudo o que quer afastar a cultura urbana das raízes da rua.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.