A frase é atribuída ao Fórum Económico Mundial que, de acordo com esta partilha no Facebook, terá referido que os milhares de milhões que aceitaram os confinamentos durante a pandemia da Covid-19 também aceitam o sistema de crédito social. Trata-se de um programa de vigilância em massa, já implementado na China, com os habitantes a receberem pontos pelas boas ou más interações sociais para ganhar um status socioeconómico.
Não é possível aferir a origem da frases que é divulgada através desta publicação, tendo em conta que se trata do recorte de um título com uma faixa em baixo que diz “National Review” — pode referir-se à revista conservadora norte-americana, embora o layout não corresponda ao da mesma. De qualquer forma este título não é encontrado nas publicações credíveis e a sua origem aparece associada ao News Punch, um site que divulga informações falsas.
No site oficial do Fórum Económico Social também não existem quaisquer resultados de pesquisa que resultem da busca por “social-credit scheme”.
O texto que dá origem a esta publicação, no News Punch, remete para um artigo publicado no site do FEM e com o título “My Carbon: uma abordagem para cidades inclusivas e sustentáveis”, assinado por Mridul Kaushik e Kunal Kumar, Chefe de Missão de cidades inteligentes, sustentáveis e inclusivas, que integra o Governo indiano.
O artigo defende que a pandemia foi “o teste para a responsabilidade social”, na medida em que o cumprimento de restrições demonstrou “o núcleo da responsabilidade social individual”. E fala também nas novas tecnologias que podem ser usadas para controlar a pegada de carbono pessoal dos cidadãos, incentivando comportamentos que possam ajudar na redução de gases de efeito estufa.
Em nenhum momento o artigo faz a apologia do esquema de crédito social, como é sugerido no texto que dá origem à publicação analisada.
Conclusão
É falso que o Fórum Económico Social tenha defendido que se as pessoas aceitaram o confinamento então também aceitarão o sistema de crédito social. A frase atribuída ao FEM, numa publicação no Facebook, nunca foi dita por ninguém da organização internacional independente. E mesmo o artigo que poderia estar na base desta publicação não faz a apologia desse esquema.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.