Momentos-chave
- João Leão: "BCE deveria ter tido uma pausa na subida de juros"
- Bancos vulneráveis? Vice-presidente do BCE diz que se lembra bem do que disse aos governantes – e foi que "a banca está resiliente"
- "Inflação está a melhorar em algumas áreas, mas não em muitas"
- "Três ou quatro" membros do Conselho do BCE defenderam aumento menor dos juros. Centeno terá sido um deles?
- "É impossível, neste momento, determinar qual será a trajetória das taxas de juro", diz Lagarde
- Lagarde: "A economia deverá recuperar nos próximos trimestres"
- Inflação "deverá continuar demasiado elevada por demasiado tempo"
- "Setor bancário está resiliente" mas BCE está "a monitorizar de perto as tensões e irá agir se for necessário"
- BCE confirma aumento de 50 pontos-base na taxa de juro, para 3%, apesar de pressão na banca
- BCE terá dito a governantes europeus que alguns bancos podem estar vulneráveis
- Irá BCE (mesmo) subir os juros em 50 pontos?
Histórico de atualizações
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João Leão: "BCE deveria ter tido uma pausa na subida de juros"
João Leão considera que o BCE devia ter feito uma pausa na subida dos juros.
Ao programa Direto ao Assunto, da Rádio Observador, o ex-ministro das Finanças considera que “o BCE devia ter tido uma pausa na subida dos juros para avaliar a situação, porque há questões importantes de estabilidade financeira, de estabilidade do sistema financeiro e dos bancos, que importa avaliar”.
Houve um aumento muito rápido das taxas de juro e “este aumento muito rápido está a provocar convulsões em determinadas áreas que é preciso ter algum cuidado e avaliar bem”. Foi o caso do Silicon Valley Bank, que tinha investido muito em dívida pública de longo prazo.
“Havia a expectativa de que o BCE pudesse reavaliar a situação, decidiu seguir em frente, mas penso que nesta fase seria importante ponderar, ter algum cuidado e avaliar a situação porque neste momento os mercados financeiros e os depositantes dos bancos estão especialmente atentos a situações de vulnerabilidade do setor financeiro e por isso deveria ter sido importante ter isso em consideração”.
João Leão sinaliza, ainda, que o BCE, perante a situação e a incerteza, optou por não se comprometer com novas subidas, e deixou em aberto o que vai acontecer depois. “Isso é positivo, faz com que as expectativas de futuro nas taxas de juro tendem a descer e o BCE está a ter de equilibrar preocupações de combate à inflação mas por outro lado com preocupações com a estabilidade financeira e com a situação dos bancos a nível europeu para ter mais cuidado com as taxas de juro”.
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BCE. Christine Lagarde deixa toda a gente no escuro sobre até onde podem subir os juros
Lagarde tinha prometido que, ao mesmo tempo que subiria os juros em 50 pontos base, nesta reunião do BCE seria definido um rumo da política monetária. A primeira promessa cumpriu-se, a segunda não.
BCE. Christine Lagarde deixa toda a gente no escuro sobre até onde podem subir os juros
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Juros dos depósitos: "Bancos de alguns países já estão a seguir mais a taxa do BCE"
Christine Lagarde diz que tem “vindo a observar” que os níveis de remuneração dos depósitos “em alguns países” já começa a seguir mais de perto a evolução dos juros definidos pelo BCE (os juros que os bancos recebem quando depositam liquidez no banco central, que passou agora para 3%).
A presidente do BCE diz que a remuneração dos depósitos “é algo que deve ser debatido entre os bancos e os clientes” e comenta que a concorrência entre bancos está a ajudar, na sua ótica, a aumentar a rendibilidade das aplicações na banca.
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Bancos vulneráveis? Vice-presidente do BCE diz que se lembra bem do que disse aos governantes – e foi que "a banca está resiliente"
Poucos minutos antes da decisão do BCE, saiu uma notícia dizendo que a autoridade monetária terá dito a alguns governantes que “alguns bancos” podem estar “vulneráveis” devido às tensões no setor bancário nos EUA e na Europa.
Só a meio desta conferência de imprensa é que o tema foi trazido por um jornalista. Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, responde que se lembra bem do que disse aos governantes com quem se reuniu: “Os bancos estão resilientes, elevados rácios de capital, almofadas de liquidez, exposição limitada às instituições – a banca está resiliente”, afirma.
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"Inflação está a melhorar em algumas áreas, mas não em muitas"
“Estamos a ver algumas melhorias em algumas áreas na inflação, mas não muitas“, afirma Christine Lagarde, defendendo que os dados da inflação “ainda não estão a dirigir-se numa direção que confirme” que o ritmo de subida dos preços está a desacelerar para níveis condicentes com o objetivo de 2%.
A presidente do BCE repete que a turbulência nos mercados e na banca não irá afetar o empenho da autoridade monetária em controlar a subida dos preços na economia.
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"Três ou quatro" membros do Conselho do BCE defenderam aumento menor dos juros. Centeno terá sido um deles?
O empenho na redução da inflação “intacto”: “Há mais caminho a percorrer“, diz Christine Lagarde.
“Tomaremos as medidas que forem necessárias”, garante a presidente do BCE, notando que houve “3 ou 4 membros” do Conselho que aceitaram mas não estão alinhados com a decisão de subir em 50 pontos-base e queriam “dar um pouco mais de tempo”.
A julgar pelas declarações públicas de Mário Centeno, o governador do Banco de Portugal terá sido um desses “três ou quatro” que não concordam totalmente que esta seja a dose certa de aperto monetário nesta altura.
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"É impossível, neste momento, determinar qual será a trajetória das taxas de juro", diz Lagarde
Até que nível podem subir as taxas de juro? Questionada por um jornalista sobre os planos do BCE para os próximos meses, Lagarde sublinha que no comunicado está dito que as próximas decisões serão orientadas por três fatores: 1) “os dados económicos e financeiros que forem saindo”; 2) as “dinâmicas da inflação subjacente” e 3) e a “robustez da transmissão da nossa política monetária”.
“É impossível, neste momento, determinar à partida qual será a trajetória das taxas de juro“, diz Lagarde, repetindo que existe um nível de incerteza muito grande em relação à forma como a inflação vai evoluir e, também, a forma como a crise bancária irá evoluir.
Lagarde recorda que as projeções económicas hoje divulgadas foram fechadas no início de março e trabalharam com dados até 15 de fevereiro, ou seja, há mais de um mês. As tensões no setor bancário “podem” ter um impacto negativo para as condições de crédito, reconheceu a presidente do BCE.
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Lagarde: "A economia deverá recuperar nos próximos trimestres"
Na conferência de imprensa em que explica as decisões tomadas hoje, Lagarde salienta que essas decisões se basearam nas novas projeções macroeconómicas “foram concluídas no início de março”, ou seja, antes de se gerar a recente instabilidade nos mercados financeiros e, em particular, nas ações dos bancos em ambos os lados do Atlântico.
Essas projeções só hoje foram reveladas e, além de apontarem para pressões inflacionistas mais elevadas, indicam que “a economia europeia estagnou no primeiro trimestre”, o que contrariou algumas expectativas de uma contração.
“A economia deverá recuperar nos próximos trimestres“, antecipa a presidente do BCE, reconhecendo porém que os riscos “pendem para o lado negativo” (ou seja, é maior o risco de que as projeções económicas surpreendam pela negativa do que pela positiva).
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Inflação "deverá continuar demasiado elevada por demasiado tempo"
A decisão de prosseguir com o aumento de 50 pontos-base nos juros é justificado pelo BCE com o facto de se prever que a inflação vá continuar “demasiado elevada por demasiado tempo”.
Esta reunião de março coincide com a divulgação de novas projeções económicas que passaram a prever uma inflação média de 5,3% em 2023, 2,9% em 2024 e 2,1% em 2025.
Já a inflação subjacente, que exclui os preços da energia e de alguns produtos alimentares, deverá em 2023 ser mais forte do que se previu em dezembro. A média neste indicador – que está a preocupar o BCE mais do que a inflação global – será de 4,6% em 2023, 2,5% em 2024 e 2,2% em 2025.
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"Setor bancário está resiliente" mas BCE está "a monitorizar de perto as tensões e irá agir se for necessário"
No comunicado onde confirma o aumento de 50 pontos-base na taxa de juro, o BCE garantiu que “o setor bancário está resiliente” mas está “a monitorizar de perto as tensões e irá agir se for necessário”.
As ferramentas do BCE estão totalmente equipadas para fornecer apoio de liquidez ao sistema financeiro da zona euro, se necessário, para preservar a transmissão suave da política monetária.
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BCE confirma aumento de 50 pontos-base na taxa de juro, para 3%, apesar de pressão na banca
O BCE confirmou um aumento de 50 pontos-base na taxa de juro, apesar de a pressão na banca levar alguns a defenderem ou apostarem que a autoridade monetária deveria fazer um aumento menor.
A taxa mais relevante da política monetária neste momento, a “taxa dos depósitos”, passa, assim, para 3%.
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BCE terá dito a governantes europeus que alguns bancos podem estar vulneráveis
O BCE terá dito na terça-feira a governantes europeus que alguns bancos podem estar vulneráveis – esta é uma informação noticiada há minutos pelas agências financeiras que está a levar a um aumento das probabilidades de que o BCE opte por um aumento menor do que os 50 pontos-base.
De acordo com os preços dos futuros de taxas de juro, neste momento a probabilidade de se confirmar o aumento de 50 pontos é de apenas 35%. Esta manhã, o mesmo indicador apontava para uma probabilidade de 60%.
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Irá BCE (mesmo) subir os juros em 50 pontos?
Boa tarde,
Abrimos este liveblog para seguir, ao minuto, uma decisão e uma conferência de imprensa que prometem ser históricas para a zona euro e para o Banco Central Europeu (BCE).
Se, há poucas semanas, Christine Lagarde tinha pré-anunciado um aumento de 50 pontos-base nas taxas de juro – para 3% – surgiram nos últimos dias algumas dúvidas sobre se, num contexto de alguma instabilidade na banca europeia, a decisão possa ir no sentido de um aumento dos juros menor (de 25 pontos-base).
BCE. “A aposta é que se mantenha esta intenção anunciada da subida das taxas de juro”
A decisão será anunciada às 13h15 e a conferência de imprensa começa às 13h45.