Momentos-chave
- Lagarde recusa dizer que foi a última subida das taxas de juro
- "Maioria sólida" de governadores concordou em subir juros, "alguns" queriam pausa
- Inflação ficará acima de 3% mesmo em 2024. Crescimento será menor do que o previsto
- Banco central sinaliza que esta terá sido a última subida – mas juros vão continuar nestes níveis muito tempo
- BCE confirma subida dos juros, a décima consecutiva. Taxa sobe para 4%, o nível mais elevado de sempre
- Inflação "teimosa" torna mais provável a subida dos juros esta quinta-feira
Histórico de atualizações
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Euro cai para menos de 1,07 dólares após anúncio do BCE
O euro caiu hoje para o nível inferior a 1,07 dólares, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado um novo aumento das taxas de juro.
Pelas 18:00 (hora de Lisboa), o euro seguia a 1,0649 euros, quando na quarta-feira, cerca da mesma hora, negociava a 1,0738 dólares.
O BCE fixou a taxa de câmbio de referência para o euro em 1,0730 dólares.
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BCE sobe juros (com o voto contra de Centeno). Taxas podem não subir mais, mas tão cedo não irão baixar
Subida para 4% terá sido a última. Mas “não podemos dizer que já atingimos o pico”. Uma certeza existe: as taxas de juro não vão baixar nos próximos meses, apesar das divergências crescentes no BCE.
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BCE. "Taxa fixa será sempre elevada", diz DECO
O BCE voltou a subir os juros, mas diz que foi a última vez. Numa análise, Natália Nunes, da DECO, considera que taxa mista pode ser benéfica. Medidas do Governo? “Há receio”, admite.
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Chega critica "chantagem" do BCE e ataca lucros da banca
O Chega também deixou críticas à ação do BCE. O deputado Rui Afonso criticou que “meia dúzia de burocratas em Frankfurt consigam dominar nações”, acusando o BCE de fazer “chantagem sobre os países que integram a zona euro” sem quaisquer preocupações sociais.
“Temos de ter um Governo que não seja subserviente a Frankfurt, que se imponha perante a política monetária do BCE”, defendeu, apontando que há já centenas de milhar de portugueses que “têm de escolher” entre pagar a renda, a alimentação ou a escola dos filhos.
O deputado defendeu ser necessário dizer “basta aos lucros da banca à custa dos aumentos da taxa de juro”, defendendo, tal como BE e PCP, que “esse valor tem de ser transferido para apoiar os créditos à habitação”.
Tal como já tinha sido anunciado, o Chega levará ao debate marcado pelo PSD para dia 20 sobre redução fiscal uma proposta para aplicar à banca uma contribuição extraordinária, como já acontece com os setores da energia e da grande distribuição.
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BE e PCP criticam BCE e querem banca a pagar aumentos na habitação
PCP, BE e Chega criticaram esta quinta-feira o novo aumento das taxas de juro decidido pelo Banco Central Europeu (BCE) e desafiaram o Governo a forçar a banca a usar os lucros para baixar as prestações do crédito à habitação.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, acusou o BCE de “uma ação de terrorismo financeiro sobre as famílias” e de “enorme insensibilidade social”.
“Seria incompreensível que a isto se juntasse a indiferença social do Governo (…). É necessário e indispensável que o Governo garanta que os bancos são chamados a usar esses lucros para baixar os créditos à habitação”, disse, salientando que o BE já apresentou no passado uma proposta nesse sentido, rejeitada pela maioria do PS.
“Sem essa lei, continuaremos a ter apenas um bodo aos ricos”, disse Pedro Filipe Soares, apontando para os lucros de cerca de dois mil milhões de euros da banca no primeiro semestre do ano.
Na mesma linha, o deputado do PCP Duarte Alves pediu ao Governo e ao Banco de Portugal “uma posição firme de rejeição deste aumento de juros” e “medidas concretas afrontando as imposições da União Europeia e do euro”.
“Medidas como as que ainda hoje o PCP apresentou e que garantem a redução das prestações, colocando os lucros dos bancos a suportar o aumento das taxas de juro”, disse, frisando que a banca “está a lucrar 11 milhões de euros por dia”.
Para Duarte Alves, exige-se do Governo que não só aprove medidas como esta do PCP, mas também mobilize a Caixa Geral de Depósitos para que, como banco público, assuma um papel para influenciar “todo o mercado bancário e contribua para a redução do crédito bancário”.
“Notícias como as de hoje só dão mais força às propostas do PCP”, defendeu.
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BCE quer proteger as pessoas que estão a sofrer mais com a inflação
Christine Lagarde garante que não é objetivo do BCE provocar uma recessão (para, dessa forma, contribuir para uma redução dos preços). O que a presidente do BCE elege como prioridade é “assegurar uma estabilidade dos preços” para proteger “aqueles que estão a sofrer mais com a inflação”.
Esta é uma justificação que a francesa já deu, no passado, para explicar porque é que o BCE subiu as taxas de juro tantas vezes consecutivas – isso pode penalizar quem tem créditos e quem precisa de novos créditos, mas a alternativa é deixar que a inflação continue elevada e a castigar mais aqueles que têm menos recursos.
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Lagarde recusa dizer que foi a última subida das taxas de juro
Questionada por um jornalista, Christine Lagarde recusa dizer, preto no branco, que esta foi a última subida das taxas de juro. “Não podemos dizer que já atingimos o pico”, garante a presidente do BCE.
A frase mais importante que foi colocada no comunicado – onde se indica que as taxas de juro já atingiram níveis que, mantidos aqui por algum tempo, irão contribuir para controlar a inflação – tem um elemento fundamental: essa é uma análise que se pode fazer “com base na avaliação atual que o BCE está a fazer” das condições económicas.
Ou seja, fica implícito que se a avaliação que o BCE faz da economia vier a mudar, no futuro, então a autoridade monetária poderá tomar outras decisões.
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"Maioria sólida" de governadores concordou em subir juros, "alguns" queriam pausa
Não foi unânime a decisão de subir as taxas de juro em 25 pontos-base, como acabou por ser a opção da autoridade monetária. Houve uma “maioria sólida” de membros do Conselho do BCE que considerou ser esta a melhor opção, mas houve “alguns” que preferiam que o banco central fizesse uma “pausa”.
Este foi o teor do debate esta manhã, segundo Christine Lagarde, depois de os membros do Conselho terem passado longas horas, na quarta-feira, a analisar os dados económicos disponíveis – sobretudo os dados preparados pelos economistas do BCE, nas novas projeções macroeconómicas trimestrais.
“Obviamente alguns membros não tiram a mesma conclusão”, ao olhar para os dados disponíveis, “alguns governadores teriam preferido pausar e reservar mais decisões para quando houver maior certeza e mais tempo tiver passado sobre as decisões já tomadas no passado”.
“Não é prática do BCE dizer quem fez o quê e quando” mas “foi uma maioria sólida”, afirmou Christine Lagarde, garantindo que houve visões diferentes mas “não foi uma discussão antagónica”…
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Euro perde terreno face ao dólar nos mercados cambiais
No momento em que Christine Lagarde começa a falar, na habitual conferência de imprensa, o euro está a perder valor nos mercados cambiais – em especial contra o dólar.
A descida de 0,5% no euro-dólar, para 1,0672 dólares, é uma reação ao sinal dado pelo BCE de que esta deverá ter sido a última subida das taxas de juro neste ciclo. Por outro lado, saíram dados sobre as vendas a retalho e a inflação nos EUA que também poderão estar a contribuir para a valorização do dólar (e consequente desvalorização do euro).
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Inflação ficará acima de 3% mesmo em 2024. Crescimento será menor do que o previsto
O ano de 2023 deverá terminar com uma taxa de inflação média de 5,6% na zona euro e mesmo no próximo ano prevê-se uma descida menos pronunciada do que antes tinha sido estimado. Nas novas projeções macroeconómicas do BCE, aponta-se para uma taxa de inflação média de 3,2% em 2024, com uma descida para 2,1% em 2025.
Por outro lado, as notícias também não são animadoras no que diz respeito ao crescimento. Em comparação com as anteriores projeções do BCE, a expectativa do staff de economistas passou a ser de um crescimento de apenas 0,7% em 2023, 1% em 2024 e 1,5% em 2025 – são revisões em baixa, para todos os anos.
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Banco central sinaliza que esta terá sido a última subida – mas juros vão continuar nestes níveis muito tempo
No comunicado que acompanha a decisão de subir as taxas de juro, o BCE dá o que pode ser lido como um sinal de que esta terá sido a última subida das taxas de juro neste ciclo.
“Tendo por base a avaliação que é atualmente feita, o BCE considera que as taxas de juro atingiram níveis que, mantidos durante um período de tempo suficiente, irão dar um contributo significativo para que haja um regresso da inflação ao objetivo, em momento oportuno”, diz o BCE.
A partir de agora, o BCE diz que irá “fundamentar as suas decisões de taxas de juro na avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem chegando”.
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BCE confirma subida dos juros, a décima consecutiva. Taxa sobe para 4%, o nível mais elevado de sempre
O BCE decidiu mesmo avançar com mais uma subida da taxa de juro, em 25 pontos-base, o que eleva a taxa dos depósitos – a mais importante para a política monetária neste momento – para 4%, o nível mais elevado de sempre na História da zona euro.
A decisão de subir as taxas de juro é justificada com a necessidade de “reforçar” os progressos já obtidos na redução da inflação.
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"Hoje deverá haver nova subida das taxas de juro"
Filipe Garcia, economista da Informação de Mercados Financeiros, explica que esta “deverá ser a última subida deste ciclo”.
Ouça aqui a “Resposta Pronta” desta manhã.
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Inflação "teimosa" torna mais provável a subida dos juros esta quinta-feira
Ao mesmo tempo que vai ser conhecida a decisão sobre as taxas de juro, o BCE vai divulgar um conjunto de projeções macroeconómicas atualizadas que devem estimar uma inflação média acima de 3% não só este ano mas também em 2024.
A confirmar-se que será essa a projeção feita pelo BCE, isso significa que os economistas do banco central reconhecem que a inflação irá descer mais lentamente do que o previsto – o que reforça a ideia que Christine Lagarde poderá anunciar esta quinta-feira uma nova subida das taxas de juro, a décima consecutiva.
Leia aqui o texto de antecipação publicado pelo Observador na quarta-feira.
BCE. Inflação “teimosa” torna mais provável a subida dos juros esta quinta-feira
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Boa tarde.
Vamos acompanhar através deste artigo liveblog a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre taxas de juro, que será conhecida às 13h15 (hora de Lisboa).
A conferência de imprensa de Christine Lagarde começa meia hora depois, pelas 13h45.
Acompanhe aqui todas as decisões.