Já terminou a missa do funeral de Silvio Berlusconi, com o arcebispo Mario Delpini a transmitir as suas condolências à família.

O Presidente, Sergio Matarella, baixou a cabeça, num gesto de respeito, à medida que passou o caixão do ex-primeiro-ministro. Ouviu-se um longo aplauso e, lá fora, a multidão gritava “Silvio, Silvio”.

Silvio Berlusconi tinha “desejo de vida, amor e felicidade”, disse o arcebispo Mario Delpini na omília, segundo o relato feito pelo Corriere Della Sera.

“Viver sem virar a cara a desafios, à medida que se sente as forças a esgotarem-se, viver esse declínio e continuar a sorrir, tentando encontrar uma forma de continuar a viver”. Foi desta forma que o arcebispo se referiu ao ex-primeiro-ministro italiano, que ainda há poucas semanas falava de um regresso à política, depois de sair do hospital.

O caixão de Silvio Berlusconi já deixou a capela da Villa San Martino e o funeral do antigo primeiro-ministro italiano está a começar. A multidão que está a assistir bate palmas à passagem do carro-fúnebre.

A cerimónia decorre na Catedral de Milão, com o caixão a ser escoltado até ao altar principal pela polícia fardada. O arcebispo de Milão, Mario Delpini, vai presidir à cerimónia.

Um assessor do governo russo, Yuri Ushakov, revelou que o Kremlin “não foi convidado para o funeral” de Silvio Berlusconi.

Citado pelo Corriere Della Sera, o responsável disse não saber qual é “o nível de presença de estrangeiros” no funeral mas garantiu que “o governo russo não foi convidado para a cerimónia”.

Putin fez rasgados elogios a Berlusconi logo após a notícia da morte. “Para mim, o Silvio era uma pessoa querida, um verdadeiro amigo”, disse Vladimir Putin numa mensagem de condolências para Silvio Berlusconi. Putin realçou também que “admirava a sabedoria” do político italiano.

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Itália presta hoje a última homenagem ao antigo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, falecido na segunda-feira, com um funeral de Estado em dia de luto nacional.

O funeral de Silvio Berlusconi será celebrado pelo arcebispo de Milão, monsenhor Mario Delpini, na catedral de Milão, às 15h00 locais (14h00 em Lisboa).

Desde segunda-feira, as bandeiras italianas e europeias também estão a meia haste em todos os edifícios públicos em Itália e em todas representações diplomáticas e consulares.

O corpo de Berlusconi esteve em câmara ardente na segunda-feira na sua mansão, na Villa Martino de Arcore, cidade próxima de Monza, ao norte de Milão.

Após uma inspeção da polícia, por motivos de segurança da ordem pública, não foi possível realizar a câmara ardente nos estúdios da sua rede de televisão Mediaset, na terça-feira.

Em Roma, cidade onde desenvolveu a sua carreira política, a bandeira italiana foi colocada a meia haste no Senado, câmara em que ocupava um assento desde as últimas eleições, em outubro de 2022.

A Câmara dos Deputados interrompeu as suas atividades por dois dias.

A Câmara e o Senado de Itália decretaram sete dias de luto, pela morte de Silvio Berlusconi.

Os edifícios do Parlamento europeu, em Bruxelas, Estrasburgo e Luxemburgo estarão na quarta-feira com as bandeiras da União Europeia e de Itália a meia haste das 8 horas às 20 horas, segundo o IL Sore 24.

Os dois escritórios do Parlamento Europeu em Itália — em Roma e Milão — também terão as duas bandeiras a meia haste.

“Foste um grande homem e um pai incrível para os nossos filhos”, recorda Carla Elvira Dall’Oglio, primeira mulher de Berlusconi, no obituário publicado esta manhã no Corriere Della Sera. “Vou sempre lembrar-me da beleza dos anos que passámos juntos. Um abraço sem fim.”

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Dall’Oglio é mãe de Marina e Pier Silvio Berlusconi.

Marina, filha de Berlusconi, e Carla Elvira Dall’Oglio, a sua primeira mulher, em 2009

Pier Silvio Berlusconi, director-geral da Mfe-Mediaset e filho do ex-primeiro-ministro italiano, escreveu sobre o seu pai esta terça-feira numa carta enviada a todos os colaboradores da empresa, citada pela Rai News.

“Não há palavras para descrever a minha emoção cada vez que ele me dizia ‘tenho orgulho no que fazes’. E sempre soube muito bem que ele falava de todos nós: eu sozinho não conseguiria ter feito nada. Nada”, declarou.

No Parlamento Europeu, em Estrasburgo, a morte do político italiano foi assinalada hoje por Roberta Metsola, que recordou “um lutador que fundou e liderou a centro-direita em Itália, protagonista da política por várias gerações que contribuiu para passagens cruciais na história europeia e italiana.”

Em frente ao plenário, a presidente do Parlamento Europeu continuou: “Nunca esteve muito longe das polémicas mesmo nesta casa, mas todos aqui se recordam da sua generosidade, coragem e carisma. A história decidirá o seu impacto, mas o homem deixou a sua marca.”

Roberta Metsola foi a primeira a assinar o livro de condolências na entrada do Parlamento Europeu. A bandeira italiana estará a meia haste em frente ao edifício amanhã, dia do funeral de Estado.

“Estou profundamente triste com a morte do meu amigo, o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, com quem trabalhei durante muitos anos”, escreveu Recep Tayyip Erdogan, Presidente da Turquia, na sua conta de Instagram, numa mensagem partilhada em italiano e em turco.

“Compartilho com o coração a dor da sua família e entes queridos, e estendo as minhas profundas condolências a todo o povo de Itália”, terminou.

O post foi partilhado ao início da tarde desta terça-feira

Karima El Mahroug, mais conhecida como Ruby Heartstealer, fez uma publicação onde se despediu de Berlusconi.

“Adeus, Presidente”, escreveu a antiga dançarina exótica, que participou nas festas “bunga bunga” de Berlusconi quando ainda era menor de idade. A agência italiana ANSA acrescenta que a publicação tinha um coração partido.

Berlusconi foi condenado por pagar por sexo à mulher de origem marroquina e nacionalidade italiana quando esta ainda era menor de idade. Mais tarde, Berlusconi foi ilibado quando os juízes consideraram que não era possível que o empresário italiano tivesse percebido a idade de El Mahroug.

Sergio Matarella, o Presidente de Itália, reagiu à morte de Berlusconi dizendo que foi “um grande líder político”, que “marcou a história da República” italiana.

“Foi com profunda tristeza que recebi as notícias da morte de Silvio Berlusconi, fundador e líder do Forza Italia, protagonista de longas temporadas da política italiana e instituições republicanas.”

“Berlusconi foi um grande líder político que marcou a história da nossa república, impactando paradigmas, usos e linguagens”, refere a ANSA.

Mario Draghi, antigo primeiro-ministro de Itália e ex-líder do Banco Central Europeu (BCE), prestou homenagem a Silvio Berlusconi, destacando a “extraordinária iniciativa e inovação” do político e empresário italiano.

“Expresso as minhas condolências mais sentidas pela morte de Silvio Berlusconi, um protagonista absoluto da vida pública italiana dos últimos 50 anos”, disse Draghi, em declarações citadas pela agência italiana ANSA.

“Como um empreendedor, revolucionou o mundo da comunicação e desporto, com uma iniciativa extraordinária e inovação. Como líder, transformou a política e foi amado por milhões de italianos pela sua humanidade e carisma. Dou as mais profundas condolências à sua família, aos empregados do seu grupo e à comunidade Forza Italia.”

O amor à primeira vista aos 28 anos, a relação de 30 anos com a atriz que pediu o divórcio, os affairs nas festas Bunga Bunga e a companheira 53 anos mais nova: eis as mulheres da vida de Berlusconi.

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Paulo Futre jogou uma época no AC Milan de Berlusconi. À Rádio Observador, dá “nota 10” ao presidente italiano, que “tinha o sonho” de contratar o nº 10 português.

Ouça aqui a entrevista a Paulo Futre.

Futre: “Obriguei Berlusconi a contratar-me”

“No nosso longo confronto político representamos mundos diferentes e opostos, mas a nossa rivalidade nunca transcendeu para sentimentos de inimizade a nível pessoal, mantendo o confronto em um contexto de respeito mútuo”, afirmou o ex-primeiro ministro Romano Prodi em reação à morte de Berlusconi, citado na Rai.

“Lembro-me dele como um líder político que, em seu longo e intenso compromisso público, exerceu grande influência na vida de nosso país, afetando não apenas as instituições, mas também a vida de todos os cidadãos”

Romano Prodi foi primeiro-ministro de Itália duas vezes, primeiro entre 1999 a 2004, e depois de 2006 a 2008 e lembra destaca ainda o apoio de Berlusconi à “causa europeia”.

[Já saiu: pode ouvir aqui o terceiro episódio da série em podcast “Piratinha do Ar”. É a história do adolescente de 16 anos que em 1980 desviou um avião da TAP. E aqui tem o primeiro e o segundo episódios]