As forças russas atacaram sete comunidades na região ucraniana de Sumy ao longo desta terça-feira, revelou a administração local na rede social Telegram.

Nas últimas horas, cerca de 20 mísseis foram disparados contra as comunidades de Krasnopillia, Bilopillia, Znob-Novhorodske, Velyka Pysarivka, Esman, Seredyna-Buda e Khotin, pode ler-se na publicação citada pelo Kyiv Independent.

Até ao momento, não foram registados feridos destes ataques.

A Ucrânia abriu recentemente uma embaixa em Accra, capital do Gana, e planeia fazer o mesmo no Ruanda, Moçambique e Botswana.

A informação foi confirmada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que afirmou que uma das prioridades ucranianas para o próximo ano é o desenvolvimento de laços com os países africanos, missão que foi proposta por Zelensky, afirmou hoje Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros.

Tenho o prazer de anunciar que a primeira delas já iniciou o seu trabalho no Gana. Isto faz parte da nossa estratégia para desenvolver relações com os países africanos, o renascimento ucraniano-africano e para combater a influência russa no mundo”, disse Kuleba.

A ministra da Economia e vice-primeira ministra ucraniana deixou um alerta à comunidade internacional: se os EUA e a União Europeia não aprovarem mais ajuda à Ucrânia, o país poderá ter de optar entre pagar salários à função pública e investir na defesa do país.

Em entrevista ao Financial Times, Yulia Svyrydenko colocou pressão nos aliados Ocidentais de Kiev, numa altura em que Bruxelas e o Congresso norte-americano continuam sem conseguir aprovar pacotes de dezenas de milhares de milhões em ajuda militar. “O apoio dos nossos parceiros é extremamente crítico. (…) Precisamos dele urgentemente”, disse.

Svyrydenko disse que, dentro em breve, pode mesmo estar em causa a necessidade de atrasar os pagamentos a cerca de 500 mil funcionários estatais e quase um milhão e meio de professores, por forma a garantir as necessidades de defesa contra a invasão russa. “Há um enorme risco de sub-financiar certos setores sociais”, admitiu a governante.

O governo ucraniano demitiu Volodymyr Trush, o governador da região de Ternopil, avança o Kyiv Independent.

Representantes do governo não indicaram uma razão para a saída de Trush; no entanto, dois adjuntos seus, bem como o líder do conselho regional, foram detidos em junho na sequência de uma operação anti-corrupção, por suspeitas de terem aceitado um suborno equivalente a cerca de 57 mil euros.

Trush negou o seu envolvimento no caso, mais um exemplo das tentativas de Kiev de limpar a corrupção endémica ao sistema político do país, numa tentativa de a aproximar das condições estabelecidas pela comunidade internacional para adesão a organizações como a União Europeia.

Os EUA anunciaram o envio para a Ucrânia do último pacote de ajuda prevista 2023. O pacote tem o valor de cerca de 250 milhões de dólares em armas e equipamento, incluindo munições de defesa anti-aérea, refere uma nota no site do Departamento de Estado.

Numa altura em que em Washington continua o braço-de-ferro entre democratas e republicanos, que tem tido como consequência a incapacidade de desbloquear mais fundos para a Ucrânia, o Secretário de Estado, Antony Blinken voltou a sublinhar a necessidade de ação por parte do ramo legislativo.

“É imperativo que o Congresso atue rapidamente, o mais rápido possível, para avançar os nossos interesses de segurança nacional e ajudar a Ucrânia e a defender-se e a garantir o seu futuro”, pode ler-se na nota.

O Presidente russo, Vladimir Putin, saudou hoje o crescimento das trocas comerciais com a Índia, apesar do atual contexto mundial de “turbulências”, durante a visita do ministro indiano dos Negócios Estrangeiros, Subrahmanyam Jaishankar.

“Apesar de todas as turbulências que ocorrem no mundo, as relações entre a Rússia e a Índia desenrolam-se de forma positiva”, referiu Vladimir Putin durante uma reunião com Jaishankar e na qual sublinhou o crescimento das trocas comerciais a “um ritmo seguro” em setores como o petróleo e seus derivados, carvão e tecnológicas.

O chefe da diplomacia indiana entregou a Putin uma mensagem do seu primeiro-ministro, Narendra Modi, a manifestar interesse em visitar a Rússia, o que foi bem acolhido pelo Presidente russo, que lembrou que o próximo ano será difícil para a Índia face à realização de eleições parlamentares.

Em entrevista ao Kyiv Independent, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia mostrou-se agradado com o trabalho desenvolvido pelo seu ministério no último ano, que terminou com o Conselho Europeu a decidir iniciar as negociações de adesão da Ucrânia à União Europeia.

Dmytro Kuleba falou ainda sobre os mísseis, que são produzidos com chips do ocidente. “A Rússia construiu algumas cadeias de abastecimento muito sofisticadas com o envolvimento dos seus agentes de inteligência para garantir a entrega de peças sobressalentes”, afirmou.

Kuleba mostrou-se ainda confiante com a atribuição dos pacotes de ajuda, agora congelados, dos EUA e da UE, e mostrou-se crítico em relação à atuação da Europa no campo da produção de armas.

A Europa não sabe como travar guerras. A produção de armas não é a área de negócio mais popular. Infelizmente, os nossos amigos passaram demasiado tempo a deliberar sobre como e quando aumentar a produção de armas e munições”, disse.

Em análise aos avisos da Rússia à Coreia do Sul e ao Japão: “Questão será estabilidade no Indo-Pacifico”. Ainda acusações ao uso de armas químicas: “não têm impacto que teriam sem guerra em Gaza”.

Ouça aqui o Gabinete de Guerra da Rádio Observador.

“Ameaças russas não são surpreendentes”

As sanções americanas ao Arctic LNG 2, um empreendimento de extração de gás natural e gás natural liquefeito (GNL) no Ártico, são inaceitáveis e minam a segurança energética mundial, afirmou Maria Zakharova, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

De acordo com a Reuters, a porta-voz afirmou no briefing semanal que a decisão era inaceitável sobretudo quando considerado que é um “grande empreendimento comercial internacional”, que conta com participação russa, chinesa, francesa e japonesa.

“A situação em volta do Arctic LNG 2 confirma mais uma vez o papel destrutivo de Washington para a segurança económica mundial”, denunciou Zhakarova.

O Arctic LNG 2, na península de Guida, na Sibéria, é um dos investimentos com que a Rússia espera aumentar a participação no mercado mundial do GNL dos atuais 8% para 20% até 2035.

Ártico. O próximo ponto de tensão com Putin depois da guerra na Ucrânia?

O Presidente ucraniano esteve hoje reunido com representantes da indústria de defesa do país, onde agradeceu e elogiou a capacidade do setor, pediu o aumento da produção nacional de equipamento militar e deixou um recado aos aliados ocidentais.

Zelensky afirmou que a “produção de armas e equipamento triplicou no último ano” graças às empresas ucranianas, o que “fortalece cada um de nós [ucranianos] e fortalece a Ucrânia como um todo”, segundo a nota divulgada no site da Presidência da Ucrânia.

“Quem fornecer à Ucrânia equipamento, munições, e todas as armas necessárias, também fornece independência política ao nosso país”, defendeu o Presidente, num repto que não visa apenas os compatriotas.

Num discurso perante representantes de empresas estatais e privadas, o Presidente destacou como a concorrência e o empreendedorismo servem a unidade de propósito. “Estamos todos do mesmo lado. Todos precisamos da mesma coisa – a vitória”, sublinhou Zelensky.

“A missão da Ucrânia é clara: temos de fortalecer o estado até ao ponto em que a Rússia sinta que cada ataque terá retaliação”, rematou.

Um ciberataque ucraniano paralisou hoje o sistema de gestão empresarial russo 1C-Rarus.

150 mil utilizadores, incluindo o banco VTB e a petrolífera Tatneft, estão condicionados pela indisponibilidade dos serviços financeiros do sistema, de acordo com o Telegram do ministério da Transformação Digital ucraniano.

O ataque é da responsabilidade do “Exército Informático Ucraniano” (Ukranian IT Army), um coletivo de hackers internacional que ataca sites e infraestruturas russas em coordenação com o ministério da Defesa ucraniano.

O governo brasileiro reiterou hoje, através do ministro das Relações Exteriores, a sua vontade em receber o Presidente da Rússia na cimeira do G20 de 2024 e desvalorizou a ordem de detenção internacional.

“Se ele quiser vir, nós ficaremos muito contentes que esteja presente nas reuniões no Brasil”, disse Mauro Vieira, referindo-se ao Presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista à BBC Brasil.

O chefe da diplomacia brasileira desvalorizou ainda as responsabilidades que o país tem perante o Tribunal Penal Internacional (TPI).

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, admitiu hoje “progressos concretos” no fabrico conjunto de armas modernas na Índia, após ter reunido com o seu homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar.

“Discutimos as perspetivas de cooperação militar, incluindo a produção conjunta de armas modernas”, disse Lavrov, admitindo “progressos concretos” nesta área, durante uma conferência de imprensa.

O chefe da diplomacia russa sublinhou que esta cooperação tem uma “natureza estratégica” e explicou que o seu “aprofundamento responde aos interesses nacionais de ambos os países”.

Lavrov reconheceu a “postura responsável” de Nova Deli na análise dos problemas regionais e globais, frisando que tal análise é guiada pelo princípio da “cooperação internacional justa”.

O chefe da diplomacia indiana será recebido esta tarde pelo Presidente russo.

A Ucrânia acusa a Rússia de ter usado armas químicas em território ucraniano durante a guerra.

De acordo com o jornal The Kyiv Independent, as Forças Armadas da Ucrânia revelaram que há 465 casos de documentados de uso destas armas desde o início da guerra.

⚡️Military: 465 documented cases of Russia using chemical weapons in Ukraine since Feb. 24, 2022.

Ukraine has recorded 465 cases of Russia's use of ammunition containing poisonous chemicals since the start of the full-scale invasion in February last year. https://t.co/Wskq3yOXEk

— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) December 27, 2023

O Supremo Tribunal Russo rejeitou hoje o recurso da candidata às presidenciais russas, Yekaterina Duntsova. A informação foi avançada pela advogada e jornalista de 40 anos nas redes sociais.

“O Supremo Tribunal recusou-se a satisfazer o pedido para me permitir participar nas eleições presidenciais”, escreveu Yekaterina Duntsova na sua conta pessoal do Telegram, avançando igualmente que vai criar um “novo partido político”.

Na publicação nas redes sociais, Yekaterina Duntsova sublinhou que o partido não será criado em torno da sua imagem. Será antes um “partido de todos os que defendem a paz, a liberdade e a democracia”.

“O meu objetivo é lançar uma plataforma política que será edificada com muitas caras novas — de pessoas que pensam como nós”, disse a advogada e jornalista de 40 anos.

Oficialmente fora da corrida, Yekaterina Duntsova anunciou o apoio ao candidato Boris Nadezhdin, outro crítico do regime russo e da guerra na Ucrânia.

Recorde-se que a Comissão Eleitoral russa rejeitou a candidatura de Yekaterina Duntsova, que recorreu ao Supremo. Este órgão também invalidou a sua participação nas presidenciais.

O Kremlin considera que os apoios da União Europeia à Ucrânia não vão ter impacto no resultado final da guerra. Citado pela Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, considera que as despesas que a UE continua a manter no apoio à Ucrânia apenas prejudica a economia da união e não alterará o resultado final do conflito.

Num comentário sobre planos de Bruxelas para enviar mais 1,5 mil milhões de euros de apoio para a Ucrânia, Dmitry Peskov referiu que esse dinheiro está a ser mal gasto.

Moscovo está a reagir ao aumento de bens (mais 600) que não podem ser exportadas para a Coreia do Sul. O aviso veio pela voz de Maria Zakharova, porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros : “Reservamo-nos o direito de tomar medidas em resposta, e não necessariamente simétricas. [A Coreia do Sul] não deve ficar surpreendida se e quando o fizermos”.

Este é “um ato hostil, realizado a pedido de Washington e vai prejudicar a economia e indústria sul-coreanas”, disse Zakharova numa conferência de imprensa que a agência Reuters está a noticiar.

Cercada pelas sanções do Ocidente, a Rússia reorientou as suas exportações de petróleo para a China e a Índia. Em 2023, os dois países receberam cerca de 90% do crude exportado por Moscovo, revelou o vice-primeiro ministro russo, Alexander Novak à televisão estatal Rossiya-24.