No sexto e último dia da Jornada Mundial da Juventude são vários os cortes de trânsito que vão afetar a circulação em Lisboa e Oeiras, nos locais onde decorrem eventos e onde estará o Papa Francisco.

Veja aqui as estradas que estarão este domingo cortadas devido à JMJ.

As estradas que vão estar cortadas em Lisboa e Oeiras no último dia da visita do Papa e da JMJ

A fadista cantou para o Papa Francisco a música “Estrela”, o segundo single do álbum Maria, lançado em 2018.

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Carminho canta “Estrela” no Parque Tejo

Quão silenciosas conseguem ser 1,5 milhões de pessoas juntas? No Parque Tejo, este foi um dos momentos da adoração do santíssimo sacramento, que inclui momentos de canto, oração e silêncio.

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Um minuto de silêncio no Parque Tejo

Bolas de pilates, pufes, colchões, chá de camomila e uma equipa com psicólogo, psiquiatra e enfermeira compõe as cinco Tendas da Calma espalhadas hoje pelo Parque Tejo para apoiar peregrinos que sofram de ataques de ansiedade e de pânico.

Afastada da confusão e do barulho e colocada à sombra, a Tenda da Calma da zona para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida tem uma bola de pilates, dois colchões azul celeste, pufe, água, bolachas, chá de camomila e uma equipa composta por psicólogo, psiquiatra e enfermeiro com especialidade em saúde mental.

Nestes espaços os profissionais oferecem os primeiros socorros psicológicos, contenção emocional, aconselhamento, bem como diagnósticos e encaminhamentos feitos pelas equipa de psiquiatria.

À Lusa Paula Vilariça, pedopsiquiatra e a coordenadora da Saúde Mental da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), explica que as Tendas da Calma foram idealizadas como “zonas de apoio para a saúde mental” e vão dar resposta a pessoas que estejam em situações de “ansiedade ou outros problemas em que precisem de ser retiradas do espaço onde estão e poderem ficar numa zona tranquila”.

As Tendas da Calma são sete, duas das quais colocadas no Parque Eduardo VII e foram disponibilizadas pela primeira vez numa JMJ. Ao longo desta semana foi dada assistência a “largas centenas de peregrinos”, avançou à Lusa Paula Vilaça.

Os principais pacientes que estão a recorrer às Tendas da Calma são adolescentes e jovens entre os 15 e os 20 anos e nos primeiros dias da jornada apareciam principalmente “situações de ansiedade” e “ataques de pânico”, explicou Paula Vilariça.

O Papa Francisco já regressou à Nunciatura onde tem mais pessoas à sua espera.

A fadista Carminho canta no Parque Tejo. Interpreta a música “Estrela”, o segundo single do álbum Maria, quinto álbum da cantora, lançado em 2018.

“Tu és a estrela que guia o meu coração
Tu és a estrela que iluminou meu chão
És o sinal de que eu conduzo o destino
Tu és a estrela e eu sou o peregrino”

JOÃO PORFIRIO/OBSERVADOR

O DJ Padre Guilherme, que amanhã vai atuar no altar-palco do Parque Tejo antes da missa celebrada pelo Papa Francisco, anunciou o lançamento de um LP intitulado “Jornada Mundial da Juventude 2023”.

O LP, que tem seis faixas e que é hoje lançado juntamente com a sua editora Lux Aeterna Records, não é apenas uma “homenagem aos jovens” mas também uma “expressão da confiança numa juventude original, criativa e poeta”.

Em comunicado, além do lançamento, são anunciados também os nomes das seis músicas, que incluem dois hinos de louvor e glória a Deus e uma celebração da bela juventude dos jovens (na faixa “Esta es la Juventud del Papa).

Padre DJ dá festas a caminho da JMJ e atua antes da missa com o Papa no Parque Tejo. “É uma espécie de alvorada”

Peregrinos começaram a instalar-se nas zonas de passagem no recinto da Jornada Mundial da Juventude.

Pouco antes de o Vaticano anunciar a presença de 1,5 milhões de pessoas no Parque Tejo, para a vigília com o Papa Francisco — e para a missa de envio, que se realiza este domingo —, já dezenas de peregrinos ocupavam as zonas junto aos setores definidos para o acampamento desta noite.

Ao Observador, alguns peregrinos a quem tinha sido atribuída credencial para se instalarem no setor A — o mais próximo do palco — receberam a indicação de que deveriam dirigir-se a outra zonas do parque, por falta de espaço na área que lhes estava destinada.

“Não sei se alguém aqui gosta de futebol. Eu gosto. Por trás de um golo, o que há? Muito treino! Por trás de um êxito, o que há? Muito treino!”, diz o Papa, apelando aos jovens que busquem a sua vocação, mas que não abdiquem de se esforçar.

“Não há nenhum curso que ensine a caminhar na vida. Isso aprende-se”, diz o Papa.

O Papa termina o discurso muito mais rapidamente do que o previsto — algo já transformado em habitual nesta JMJ — e despede-se com um apelo aos jovens para que sigam em frente, “sem medo”.

JOÃO PORFIRIO/OBSERVADOR

O Papa diz aos jovens que mais importante do que não cair, é não se levantar quando se cai. Quem não se levanta, é porque já se reformou.

E pede aos jovens, mais uma vez, que repitam com ele.

O Papa pede aos jovens que não julguem os outros e diz que “o único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima é para a ajudar a levantar-se”. E pede, de novo, aos jovens que repitam com ele a mesma frase.

O Papa Francisco destaca o exemplo de Maria, que partilhou a alegria, e pediu aos jovens que pensassem nos seus “pais e avós, padres e freiras, catequistas, animadores, professores” como as “raízes da alegria”.

Pedindo aos jovens que fechem os olhos e pensem em quem são as suas “raízes da alegria”.

“Como podemos converter-nos em raízes de alegria? A alegria não está na biblioteca, fechada. Está noutro lugar. Não está guardada à chave. Há que ir buscá-la, descobri-la no nosso diálogo com os outros”, diz o Papa.

“Isso, às vezes, cansa. Faço-vos uma pergunta: alguma vez se cansaram? Não ouço!” Para ouvir os jovens gritar: “Sim!”

Quando estamos cansados, diz o Papa, “não temos vontade de fazer nada”.

Começa o discurso do Papa Francisco.

“Que bom ver-vos! Obrigado por terdes viajado, caminhado e chegado aqui! Também a Virgem Maria teve de viajar para chegar a casa de Isabel. ‘Levantou-se e partiu apressadamente’ diz o Evangelho desta JMJ. Poderíamos perguntar-nos: Mas porque é que Maria se levanta e vai apressadamente ter com a prima? Certamente porque acaba de saber que ela está grávida, mas também Maria o está. Então por que foi ela, se ninguém lhe pediu? Maria realiza um gesto não solicitado e sem ser obrigada, simplesmente porque ama e ‘quem ama voa, corre feliz’”, diz o Papa.

Voltando a fugir ao discurso preparado, o Papa salienta que a alegria é “missionária”. E pergunta aos jovens se a alegria é para guardar para si próprio ou para levar aos outros. E pede aos jovens que repitam: “A alegria é missionária!”

JOÃO PORFIRIO/OBSERVADOR

A espera pelo Papa Francisco no Parque Tejo foi longa e dolorosa para os milhares de peregrinos que já acampam junto ao rio. Mas nem o calor faz esmorecer “la juventud del Papa”.

Um “calor insuportável” que não faz vacilar a fé. No Parque Tejo, joga-se às cartas, dança-se e procura-se pelo país perdido da JMJ

Nos primeiros minutos da celebração, dezenas de drones desenham a mesma mensagem no céu, por trás do palco no Parque Tejo.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

“Levanta-te”, a primeira mensagem desenhada, foi apresentada em várias línguas. Seguiu-se um espetáculo de imagens e cores construídas com os drones.

O Vaticano acaba de anunciar que estão no Parque Tejo cerca de um milhão e 500 mil pessoas para celebrar a vigília com o Papa, no Parque Tejo, atribuindo a estimativa às autoridades portuguesas.

Veja o vídeo aqui.

Neste vídeo cabem 1,5 milhões de pessoas

Termina a jovem moçambicana:

“Depois do ataque do mês de abril continuámos nossa vida na aldeia, mas no dia 31 de outubro de 2021 os terroristas voltaram atacar. Este ataque foi muito grande. Fugimos de novo para o mato. Caminhámos muito sem saber o que fazer. Não tínhamos comida nem água. Passámos muita fome. Os terroristas encontraram-nos no mato e deram tiros para cima. Não fizeram nada com nossa família, mas sentimos muito medo e saímos correndo. Com muita dificuldade conseguimos chegar na Província de Nampula onde fomos acolhidos por alguns familiares. Quando estávamos no mato, rezávamos muito. Em nenhum momento perdemos nossa fé. Pedia a Deus que nos ajudasse e tirasse toda maldade do mundo e que as pessoas que estavam provocando essa guerra mudassem de vida. As populações das nossas aldeias estão todas espalhadas. Temos sido acolhidos nas paróquias onde fomos morar, mas temos muitas saudades da nossa aldeia e dos nossos costumes, cantos e danças. Mas em meio a todo sofrimento numa perdemos a fé a esperança de que um dia vamos reconstruir de novo a nossa vida.”

Continua a jovem Marta Luís:

“Depois que o meu pai morreu continuámos a nossa missão: minha mãe com as quatro filhas. Estudava na escola da comunidade e participava na vida da paróquia, onde era acólita e também participava nos encontros para ser crismada. Na região norte onde morávamos ouvíamos falar dos ataques terroristas que aconteciam nas outras localidades perto do nosso distrito, mas não imaginávamos que também iríamos ser atacados. No dia 07 de abril de 2021, pela manhã, os terroristas atacaram nossa aldeia. Fugimos com toda a nossa família para o mato. Ficámos quatro dias escondidos. Quando soubemos que os terroristas tinham saído, voltámos para casa. Passávamos o dia em casa e à noite, por medo, voltávamos a dormir no mato. Rezávamos muito pedindo a Deus que nos livrasse de todo mal, e para que o Senhor nos desse a força para superar aquele momento de dificuldade. Não dormíamos a noite toda, ficávamos a rezar Avé Maria e Pai Nosso, pedindo ao Senhor para que não acontecesse o pior nas casas das pessoas.”

O segundo testemunho da noite é lido por Marta Luís, 18 anos, uma jovem moçambicana, natural de Cabo Delgado, região de Moçambique massacrada pela guerra e pelos ataques de extremistas islâmicos.

“Chamo-me Marta, tenho 18 anos. Venho de Moçambique, da Província de Cabo Delgado, onde enfrentamos uma guerra que já dura há cinco anos. Sou do Distrito de Muidumbe numa região chamada Planalto do Povo Maconde. Participava da Paróquia Sagrado Coração de Jesus ou também conhecida como Missão de Nangololo. Venho de uma família simples e pobre. Cedo perdi meu pai, tinha apenas sete anos”, conta Marta.