Vladimir Putin acaba de aterrar em Ulan Bator, capital da Mongólia. Esta é a primeira viagem do Presidente russo a um país que, ao abrigo do mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI), está obrigado a prendê-lo por alegados crimes de guerra na Ucrânia.

Putin recebeu garantias de que não será detido na visita à Mongólia. País integra o Tribunal Penal Internacional

Para além de um grupo de deputados ucranianos, também a União Europeia pediu que a Mongólia cumprisse este mandado de detenção.

Putin visita hoje a Mongólia e um grupo de deputados ucranianos escreveu uma carta aos seus homólogos mongóis a pedir a prisão do Presidente russo.

“Enquanto membros do parlamento ucraniano, apelamos às autoridades mongóis para que executem o mandado de captura internacional vinculativo e entreguem o chefe da Federação Russa, Vladimir Putin, ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia”, lê-se na carta datada de 31 de agosto, citada pelo jornal Kyiv Independent.

Na sequência de um ataque à capital ucraniana, as forças armadas da Polónia relataram “atividade intensa” da Rússia, semelhante à que sentiram quando um drone russo entrou no espaço aéreo polaco.

Polónia colocou aviões militares no ar para proteger espaço aéreo depois de ataque russo a Kiev

O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou hoje os soldados ucranianos que estão a atacar a região russa de Kursk desde o início de agosto, acrescentando que a ofensiva ucraniana não vai travar o avanço russo na Ucrânia.

“Temos de tratar desses bandidos que entraram no território da Rússia, na região de Kursk, e que estão a tentar desestabilizar a situação nos territórios fronteiriços como um todo”, disse Putin durante uma reunião com estudantes.

Essas observações contrastam com o discurso habitual dos responsáveis russos que, até ao momento, tentavam minimizar a ofensiva das forças ucranianas na região de Kursk, lançada a 6 de agosto.

Putin, no entanto, sublinhou que a Ucrânia “não alcançou a principal tarefa [a que] se propôs: travar a ofensiva [russa] no Donbass”, no leste ucraniano.

O comportamento público de Putin em relação à invasão de Kursk mostra que, em privado, sabe que enfrenta uma crise? Suficiente para o afetar? Uma conversa com Cátia Bruno, editora de Internacional para ouvir aqui no novo episódio de “A História do Dia”, da rádio Observador.

A guerra em Kursk deixa Putin em risco?

Em Belgorod, 11 pessoas, incluíndo duas crianças, ficaram feridas depois de dois ataques aéreos ucranianos na madrugada desta segunda-feira, segundo o autarca da região, Vyacheslav Gladkov, na rede Telegram.

As duas crianças e mais três adultos estão em estado grave, e vão ser transferidos para Moscovo para tratamento adicional. Foram registados danos em 175 apartamentos, 33 moradias e 94 carros.

Um bombardeamento ucraniano destruiu uma creche durante a madrugada desta segunda-feira, segundo uma publicação do autarca de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, na rede VKontakte, dizendo que “é uma má manhã na região”.

Todas as escolas na região russa, próxima da fronteira com Kharkiv, iriam passar a ter aulas online durante a próxima semana, enquanto que 27 creches estarão fechadas, avançou a Reuters.

O autarca acrescenta que esta é o terceiro estabelecimento de ensino — duas creches e uma escola — afetado diretamente pelo impacto de ataques ucranianos.

Com mísseis de cruzeiro e balísticos, Moscovo voltou a atacar a capital ucraniana esta madrugada, avança Serhii Popko, o chefe da Administração Militar da cidade, na rede Telegram, onde publidcou algumas imagens.

Segundo o autarca Vitali Klitschko, até ao momento há registo de dois ferido e danos em edifícios não residenciais e carros em quatro bairros da capital.