No dia 19, celebrado o 30.º aniversário da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP), é momento de refletir sobre três décadas de desafios e conquistas que consolidaram o ensino superior não estatal como um pilar essencial do desenvolvimento económico, social e cultural de Portugal. Desde a sua fundação, em 1994, a APESP tem defendido os valores da liberdade de aprender e ensinar, promovendo a dignidade e a relevância deste setor na formação de capital humano qualificado.
Ao longo dos anos, a APESP tem desempenhado um papel fundamental enquanto ponte de diálogo entre o setor privado e o Estado, trabalhando para garantir condições justas e equitativas para as suas instituições associadas. A criação do Observatório da APESP, constitui um exemplo concreto deste compromisso. Este projeto, que se inscreve na missão de serviço público promovida por entidades não estatais, vem colmatar a lacuna de dados e análises sobre o impacto do ensino superior privado, permitindo uma compreensão mais profunda e fundamentada do seu papel estratégico.
Em 2023/24, mais de 88 mil estudantes estavam matriculados em instituições privadas, reflexo da confiança crescente no setor. Este sucesso, contudo, não foi conquistado sem enfrentar adversidades. A APESP enfrentou períodos de descrédito e políticas adversas que priorizavam modelos estatizantes, respondendo com resiliência e iniciativas pioneiras. Entre estas, destacam-se a defesa de um modelo de financiamento centrado no estudante, a promoção de um sistema de avaliação do ensino superior baseado em critérios objetivos e transparentes, e a reivindicação de uma distribuição de fundos europeus baseada no mérito das candidaturas, independentemente de serem submetidas por entidades estatais ou não estatais.
Olhando para o futuro, a internacionalização emerge como uma prioridade estratégica para o ensino superior. A APESP tem liderado esforços para fortalecer a presença das instituições portuguesas em mercados globais, com especial atenção à lusofonia. Parcerias com redes latino-americanas e europeias e a organização de eventos internacionais destacam o potencial do setor privado para atrair estudantes de diversas regiões do mundo, contribuindo para a sua sustentabilidade face aos desafios demográficos. Este movimento favorece também a colaboração entre universidades, promovendo a partilha de recursos, o avanço da ciência e a inovação.
Neste marco histórico, é essencial reconhecer o papel das instituições do setor social, particular e cooperativo de ensino superior, dos seus líderes e de todos os colaboradores que, com dedicação, têm contribuído para transformar o ensino superior privado num exemplo de qualidade, inovação, ligação ao mercado e inclusão. Mais do que uma entidade representativa, a APESP tem demonstrado ser um parceiro estratégico para o progresso do país, cumprindo uma função de interesse público ao impulsionar o ensino superior como motor de desenvolvimento nacional e internacional.
Que estas três décadas sirvam de inspiração para um compromisso renovado com a educação, reafirmando o papel transformador do ensino superior privado na construção de uma sociedade mais justa, dinâmica e preparada para os desafios do futuro.