E se encarássemos a relação entre empresas e colaboradores como um casamento? Em ambos os casos o sucesso depende de empenho, comunicação e, acima de tudo, de uma grande compreensão das necessidades do outro.
A fragilidade dos laços, no amor como no trabalho, tem sido notória. Enquanto a taxa de divórcios em Portugal ronda os 50% (Statista), a nível global enfrentamos um desafio preocupante: um estudo levado a cabo pelo LinkedIn e pela Microsoft revelou que 46% dos profissionais planearam mudar de emprego em 2024.
É imperativo refletir sobre a forma como as empresas se relacionam com os seus profissionais e sobre as melhores ferramentas para construir relações que, tal como os casamentos saudáveis, são duradouras e mutuamente benéficas. Mesmo que essas relações laborais sejam cada vez menos para a vida toda.
Um dos primeiros passos para um casamento feliz entre as empresas e os seus colaboradores poderá passar por uma boa estratégia de employer branding, que se refere à maneira como uma empresa se posiciona no mercado de trabalho, tornando-se mais atraente para os talentos que deseja alcançar. É como uma procura de “alma gémea” que, não se focando apenas na descrição de uma vaga, apresenta a cultura da empresa, os valores que a movem, as oportunidades de crescimento que proporciona e o ambiente de trabalho que promove. Ou seja, quando uma empresa assume a posição de pretendente e mostra as suas melhores virtudes.
Para ser eficaz, o employer branding precisa de ir além de um discurso bonito e cortejador. As empresas têm de conhecer bem a sua proposta de valor e comunicá-la de forma clara e autêntica, utilizando os canais certos para chegar ao público-alvo. É quando esses pressupostos se alinham, quando empregadores apresentam uma proposta que responde aos seus objetivos e vai ao encontro do que o talento precisa, que a prosperidade chega a ambas as partes.
Mas o engagement não é apenas um acordo formal para casar. Tal como num casamento feliz, também numa relação laboral a necessidade de cuidado e abertura não termina quando ambas as partes dizem o sim. Exige-se uma dedicação diária à nutrição de uma boa relação empresa-colaborador. Feedback regular, oportunidades de desenvolvimento, reconhecimento do bom trabalho e a criação de um ambiente de trabalho positivo são apenas alguns dos ingredientes essenciais.
As necessidades e expectativas dos colaboradores, como dos cônjuges, evoluem ao longo do tempo. Cabe às empresas estarem atentas a essas mudanças, adaptando as suas políticas e práticas para manterem os seus talentos felizes, motivados e, com isso, a perspetivarem o seu futuro na empresa.
Construir um relacionamento duradouro e feliz, seja no amor ou no trabalho, exige empenho mútuo. As empresas que investem em employer branding demonstram aos seus colaboradores que se importam com a sua felicidade e bem-estar, criando um ciclo virtuoso de sucesso para ambas as partes. Afinal, quem não deseja um final feliz?