Há 40 anos, a Nova School of Business & Economics nasceu da determinação de espíritos vanguardistas, num momento de disrupção em Portugal. Enquanto o país enfrentava uma era pós-revolucionária, os nossos fundadores (liderados por Alfredo de Sousa) compreenderam que o futuro estava entre as economias liberais e modelaram a nossa escola a partir das melhores universidades dos EUA. E, já na altura, escolheram não só o nosso progresso, mas também impactar o nosso país. Nas páginas do jornal Semanário, professores da Nova SBE defenderam as virtudes da liberdade económica e do mercado, apoiando Portugal para se tornar um país mais aberto, mais desenvolvido e mais moderno.

Não é por acaso que fomos, no nosso país, os primeiros a criar um MBA, a lecionar em inglês, a obter acreditações internacionais, a adotar Bolonha de forma radical, a financiar um campus com apoio privado e tantas outras iniciativas pioneiras que desenvolvemos. Nascemos na disrupção. Nascemos para criar disrupção.

Fizemo-lo nunca esquecendo o rigor académico, a busca pela excelência, a disciplina e o trabalho. Fizemo-lo quando não era politicamente correto e fomos muitas vezes criticados, mas o desejo de olhar para o futuro e para o mundo, a responsabilidade de arriscar e liderar, permaneceram sempre connosco.

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Assim conseguimos reputação, visibilidade internacional e que os nossos alunos fossem bem sucedidos. Eles que, apesar dos desafios, confiaram sempre neste nosso compromisso com o futuro.

Agora que começamos uma nova era, com um novo campus e uma estratégia ambiciosa de crescimento e internacionalização, enfrentaremos um ambiente cada vez mais desafiante. Durante o próximo decénio, o poder disruptivo da revolução digital e da globalização será não só fonte de uma incrível oportunidade e esperança para a humanidade, mas também de um importante desafio à coesão das nossas sociedades. Entretanto, os desafios para a sustentabilidade do nosso planeta e a luta contra a pobreza no mundo continuarão a exigir soluções inovadoras e eficazes.

As competências do futuro irão mudar drasticamente. Primeiro, as fronteiras entre a gestão e a economia, a tecnologia e as relações internacionais, tenderão a desaparecer. Todos os problemas passarão a ser considerados num contexto tecnológico e internacional. Segundo, dada a velocidade da tecnologia, a probabilidade destas competências serem substituídas por máquinas será crescente. Como diz Jack Ma, “ensinar a competir com máquinas é uma batalha perdida”. A capacidade de julgar, arriscar, liderar, cuidar e motivar serão as mais difíceis de substituir por algoritmos. A aptidão para desaprender e a flexibilidade para aprender de novo serão críticas para continuarmos relevantes. Terceiro, na volatilidade e na incerteza, um sentido de propósito e motivação pessoal (e a resiliência associada) serão cada vez mais fundamentais.

Neste contexto, as universidades devem assumir o seu papel enquanto plataformas de (novas) ideias que se traduzam em soluções criativas e responsáveis para os desafios das sociedades. A investigação que fazemos terá de se voltar para o futuro, para o impacto na humanidade que queremos ser.

O desafio para as escolas de economia e gestão é fazer a ponte entre a criatividade, rigor e disciplina com tecnologia, flexibilidade para desaprender, sentido de propósito e resiliência. Só assim conseguiremos desenvolver líderes conscienciosos e responsáveis, capazes de criar soluções para os desafios das empresas, das sociedades e do nosso planeta. Desafiar e capacitar os jovens para assumirem esta liderança nesta redefinição do nosso mundo determinará não apenas as probabilidades de sucesso pessoal e profissional, mas também a sobrevivência das sociedades liberais e progressistas  no século XXI.

Na Nova School of Business & Economics, crescer e internacionalizar-se numa época tão desafiante exige uma fidelidade inequívoca aos valores que nos serviram ao longo da nossa história de disrupção. Rigor, disciplina, excelência e trabalho fazem parte do ADN que nos define e são valores que não podem ser comprometidos. Porém, temos também de tirar partido deste desafio para nos posicionarmos, cada vez mais, entre os melhores, estando outra vez à frente do nosso tempo.

A nossa nova marca tem como objetivo reforçar a nossa ambição de abraçar a disrupção, a tecnologia e a globalização para ajudar a enfrentar os desafios do mundo, de ajustar o nosso ensino para colocar os nossos alunos na vanguarda do talento, de renovar o nosso compromisso com investigação de impacto e de promover o envolvimento com empresas, organizações sociais e governo em Portugal, na Europa e no mundo. Tudo isto na nossa nova casa, em Carcavelos, no estilo de vida único que Cascais, Lisboa e Portugal proporcionam. Inspirados por uma nação com história e tradição de abertura para o mundo. Desafiados por um mar que descobrimos com ousadia e coragem. E apoiados num povo cuja resiliência e engenho mobilizaram sempre a esperança.

Nos próximos anos, e à medida que a atenção muda da construção do nosso campus para a transformação da nossa escola, irão ser desenvolvidas uma série de iniciativas com três objetivos principais: 1) desenvolver as competências do futuro; 2) promover soluções convergentes que unam os vários elementos da sociedade em Portugal e no mundo; 3) ajudar a impulsionar a transformação das organizações e da sociedade.

Algumas iniciativas já estão a ser trabalhadas e os nossos currículos estão já a ser ajustados. Nas licenciaturas, a programação informática será introduzida no próximo ano e uma revisão mais estrutural seguir-se-á. Nos mestrados, foram introduzidas áreas como digital e data analytics e a nossa oferta de programas será ajustada no próximo ano. Na formação de executivos, a nossa oferta em digital para empresas e executivos aumentou substancialmente. Alavancaremos também o empreendedorismo como fonte-chave de competências para o futuro. O nosso compromisso para com a inovação fará com que os estudantes apoiem a transformação de empresas e organizações enquanto desenvolvem novas competências. O esforço para uma economia convergente, que promove a inclusão e melhora a vida das pessoas, já gerou o Inclusive Community Forum e inúmeras ações académicas e extracurriculares de impacto e inovação social. E muitas outras iniciativas estão a ser postas em prática ou planeadas.

Como Dean, professor e antigo aluno, incumbe-me a missão de ajudar a construir este horizonte de esperança para a nossa comunidade (alunos, professores, colaboradores, antigos alunos e parceiros) e para a sociedade. Assumo-a perante os que ensinaram e inspiraram a minha geração, os alunos que há anos confiam na nossa visão e as empresas e indivíduos que nos apoiam. E, acima de tudo, assumo-a como parte da minha responsabilidade pessoal para com o futuro, porque “with great power comes great responsibility”.

Dean da Nova School of Business & Economics