Ir às compras com o smartphone: fazer a lista dos elementos em falta, comprar e pagar. Como? Através do SmartShopping, um sistema de checkout desenvolvido pela Xhockware que promete efetuar o pagamento de um carrinho de compras completo em menos de um minuto. O produto assegura ao retalhista proteção contra o roubo e é compatível com as caixas dos retalhistas mundiais, independentemente da marca ou tecnologia. E é português.

A Xhockware é uma das quatro equipas portuguesas que rumaram aos Estados Unidos da América (EUA) para acelerarem as tecnologias e os negócios que lançaram por cá. Durante as oito semanas em que vão estar em Pittsburgh e na Carnegie Mellon University (CMU), as startups Xhockware, Displr, Followprice e WeTruck vão aproveitar para desenvolver produtos e serviços, reforçar competências de gestão e liderança, gerir a propriedade intelectual, aumentar a rede de contactos de potenciais clientes, fornecedores, parceiros e mentores, entre outros aspetos relacionados com o negócio.

O programa de oito semanas de imersão em solo norte-americano faz parte da edição de 2014 do inRes, uma iniciativa de aceleração de negócios na área das tecnologias de informação e comunicação (TIC), coordenada pelo programa Carnegie Mellon Portugal, cuja missão é colocar o país na vanguarda da inovação nesta área. Como? Apostando na investigação de ponta, na “excelência” na formação pós-graduada e numa ligação muito próxima com a indústria portuguesa.

“Este é o grande momento para as quatro equipas beneficiarem de um programa de imersão nos EUA que vai ao encontro das suas necessidades e que lhes dará competências e ferramentas para melhor gerirem as suas startups“, explicou João Claro, diretor do programa em Portugal.

Nos EUA, as quatro equipas vão poder desenvolver os negócios no acelerador para startups da universidade norte-americana, enquanto participam em seminários, reuniões e feiras como o LaunchCMU, promovido pelo Centro de Inovação e Empreendedorismo da CMU e a 3 Rivers Venture Fair, uma das feiras anuais mais concorridas do círculo empreendedor e de investimento da Pensilvânia, onde João Paulo Rodrigues e David Sobrinho, da Xhockware, vão apresentar a empresa que está incubada na UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto).

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Novos media, marketing digital e recuperação de energia

A segunda fase do inRes começa esta quarta-feira, no país “mãe” do empreendedorismo e a tecnologia portuguesa vai estar em destaque. Além da Xhockware, o mercado norte-americano vai ficar a conhecer a tecnologia Displr, um novo media social que pretende reformular o papel das demonstrações públicas digitais como meio de comunicação, focando-se na interação social e reforçando a cadeia de valor.

Do programa Bluestart, da Portugal Telecom, chega aos EUA a Followprice, uma ferramenta de marketing digital para sites de comércio eletrónico, que permite que os clientes sigam os seus produtos favoritos e sejam avisados sobre as mudanças de preço. O sistema de recuperação de energia para camiões de refrigeração que a WeTruck tem estado a desenvolver na UPTEC é o quarto projeto a ser acelerado na CMU.

O inRes destaca-se “pela qualidade e diversidade das iniciativas programadas”, refere João Claro. Antes de fazerem as malas para os EUA, os empreendedores tiveram quatro meses para se prepararem. De junho a setembro, participaram em workshops relacionados com gestão de projetos de base tecnológica em ambientes internacionais altamente competitivos, onde puderam aprender com especialistas internacionais como Dave Mawhinney, co-diretor do Centro de Inovação e Empreendedorismo da CMU ou Suzi Pegg, vice-presidente de marketing global da Pittsburgh Regional Alliance.

Rogério Carapuça, presidente não executivo da Novabase, Pedro Guedes de Oliveira, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Paulo Marques, da Feedzai, e Mário Zenha-Rela, da RedLight, também contribuíram com know-how nos quatro meses de formação.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia

Além da universidade norte-americana, o inRes é apoiado pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, pela Pittsburgh Regional Alliance, pela University Technology Enterprise Network Portugal e pelo INESC TEC (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Tecnologia e Ciência).

Para 2015, está prevista uma segunda edição da iniciativa. O programa Carnegie Mellon Portugal resulta de uma colaboração entre o governo português e a universidade norte-americana e é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. A parceria entre as instituições abrange mais de 300 estudantes de Mestrado Profissional e de Doutoramento de grau dual, compreende 25 projetos de investigação e tem mais de 80 empresas parceiras.

Do programa já saíram dez startups: a Dognaedis, Geolink, Feedzai, Virtual Traffic Lights, Mambu, Orange Bird, Streambolico, Veniam, RedLight – Software e Sentilant. E impulsionou a criação do Instituto de Tecnologias Interativas da Madeira.