A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou esta quinta-feira, através de comunicado, estar a investigar “factos que poderão configurar a eventual prática de crime de sabotagem informática” no Citius.
Esta quinta-feira de manhã no Parlamento, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, tinha recusado esta quinta-feira falar em “sabotagem ou outro tipo de crime”, considerando que cabia ao Ministério Público apurar se houve crime e que tipo de crime no que se passou no Citius, na sequência do relatório do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos de Justiça (IGFEJ) que recebeu e que reencaminhou na última sexta-feira para a Procuradoria-Geral da República. “Nunca me ouvirá falar em sabotagem ou crimes, eu enviei factos”, disse.
“O relatório que me foi entregue continha um conjunto de factos. Perante esse conjunto de factos, decidi enviar o relatório para a PGR com um pedido que fosse ponderado a instauração de um inquérito”, afirmou, recusando revelar mais qualquer dado pelo facto de o relatório estar sujeito a segredo de justiça. “Devo ser a primeira pessoa a respeitar o segredo de justiça”, disse, fazendo um apelo direto aos jornalistas no sentido de “diminuirem a criatividade” sobre o que escrevem e dizem acerca do Citius.
“Todos nós vimos que sucedeu alguma coisa com o Citius. (…) Quando se mexe em interesses, qualquer pretexto serve” para fazer notícias, afirmou.
Quarta-feira o Ministério da Justiça confirmou que dois elementos da Polícia Judiciária que eram responsáveis pelo Citius cessaram a comissão de serviço, por decisão da direção do IGFEJ. Os jornais DN e Público garantem que o Ministério Público está a investigar a conduta desses dois elementos que poderão ter cometido um crime de sabotagem e de ocultação de informação.
No comunicado desta quinta-feira, a PGR diz ainda que a magistrada Maria José Morgado “em momento algum da participação recebida do Ministério da Justiça é indicada como suspeita”.
Segundo o Correio da Manhã, os técnicos da PJ tinham avisado Morgado, diretora do Departamento de Instrução e Ação Penal, do caos da plataforma do Citius.