O mau tempo está a condicionar as buscas pelos cinco pescadores da embarcação que naufragou ao largo da praia das Maçãs, em Sintra, desconhecendo-se ainda os meios de salvamento para sexta-feira, disse nesta quinta-feira à Lusa o porta-voz da Marinha. “Por hoje já terminaram as buscas e o mau tempo dificultou o trabalho de salvamento, por isso é que estamos ainda a avaliar com que condições serão retomadas as operações amanhã [sexta-feira]”, afirmou o comandante Paulo Vicente, ao final da tarde.

O porta-voz da Marinha esclareceu que as buscas de hoje só foram feitas com apoio aéreo da parte da manhã, devido à intensidade da chuva durante a tarde. “Ainda não sabemos se amanhã [sexta-feira] as buscas terão apoio aéreo ou só se serão feitas por meio terrestre”, acrescentou.

As autoridades foram alertadas cerca das 03h10 de quarta-feira para o naufrágio da embarcação de pesca ‘Santa Maria dos Anjos’ – com cerca de 11 metros, registada em Olhão, mas pertencente a um armador do Norte do país -, ao largo da praia das Maçãs, com seis pescadores a bordo.

Um pescador luso-francês, de 26 anos, conseguiu nadar para terra agarrado a uma boia e subiu a arriba na zona do Mindelo, perto da praia das Maçãs, batendo à porta de habitações a pedir socorro, até ser encontrado pelo guarda-noturno, alertado por uma moradora.

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Apesar de o sobrevivente ter relatado que viu outros dois pescadores agarrados a uma balsa, durante o dia, os meios terrestres, marítimos e aéreos não detetaram vestígios dos outros cinco ocupantes da embarcação, que tinha largado de Peniche com destino a Cascais para a pesca do linguado.

Uma parte da cabine do barco de pesca foi detetada pela lancha da estação salva-vidas e recolhida para a corveta ‘Batista de Andrade’, que apoiou nas buscas, informou Mário Domingues, comandante da capitania do porto de Cascais.

Durante o dia de quarta-feira foram dando à costa destroços e materiais relacionados com a embarcação e “foi detetada uma mancha de gasóleo no mar, a cerca de uma milha, perto das Azenhas do Mar”, adiantou a mesma fonte da autoridade marítima.

Dos cinco pescadores que ainda não foram localizados, com idades entre os 27 e os 51 anos, três são naturais da Póvoa de Varzim, um de Vila do Conde e um outro é o cidadão ucraniano, todos residentes nas Caxinas, uma localidade entre aquelas duas cidades e que alberga uma das maiores comunidades piscatórias do país.