A descoberta de semelhanças nos mecanismos que regulam a reprodução, no mosquito da malária e no homem, pode abrir novas perspetivas de estudo da doença, explicou à Lusa um dos responsáveis por esta investigação, na Universidade do Algarve (UALg).

“Descobrimos pela primeira vez que, na verdade, o sistema das alatostatinas [AST-A] dos mosquitos e do sistema Kisspeptina [KISS] dos humanos tiveram uma origem comum”, o que pode permitir, no futuro, o controlo da reprodução e alimentação de insetos que dependem do sangue para se alimentarem e reproduzirem, contou o investigador João Cardoso à agência Lusa, que partilha com Deborah Power a responsabilidade deste estudo.

Desde 2009, oito investigadores do Centro de Ciências do Mar da UALg trabalham em colaboração com o Instituto de Medicina Tropical, neste estudo financiado pela Fundação Para a Ciência e Tecnologia (FCT).

A malária é uma doença para a qual não há cura e que é transmitida através da picada do mosquito fêmea do género ‘Anopheles’.

O controlo das populações de mosquitos que transmitem a malária é difícil e os mosquitos e insetos são cada vez mais resistentes aos inseticidas, que também têm efeitos nocivos para o ambiente, explicou o João Cardoso que espera que a investigação possa ajudar a encontrar alternativas.

“Vamos dar continuidade, porque agora aquilo que queremos fazer é produzir mosquitos mutantes e ver realmente se isto tem efeito na fisiologia do animal”, explicou João Cardoso, que espera conseguir impossibilitar os mosquitos de produzirem gerações viáveis.

Este próximo passo vai ser prosseguido em colaboração com o Instituto de Medicina Tropical, através de uma nova candidatura a financiamento do FCT.

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