A ida do Homem à Lua foi uma das suas maiores proezas tecnológicas, mas apenas foi possível porque já existiam computadores. Em 1969 já não eram tão gigantescos como o ENIAC (o primeiro computador eletrónico, ligado à corrente em 1946) mas ainda ocupavam uma sala, e foram revolucionários: o System/360 da IBM foi o primeiro sistema a permitir a comunicação entre máquinas com diferentes características e para diferentes fins (com as devidas distâncias, o mesmo que ter um computador atual a trocar informação com um smartphone).
Na altura este computador podia custar milhões de dólares e a sua capacidade computacional era inferior à de uma máquina de calcular atual, mas foi o suficiente para a viagem de ida e volta à Lua. O programa AGC (Apollo Guidance Computer) é hoje uma curiosidade técnica e científica e pode hoje ser virtualmente emulada nos nossos computadores. O código deste programa traduzia-se por comandos numéricos simples: os astronautas utilizavam pares de dígitos para desencadear uma determinada tarefa. Por se tratarem de pilotos de aviões, estavam mais habituados a “botões” que a comandos, pelo que foi a solução mais prática encontrada pelos engenheiros da IBM:
A evolução tecnológica decorrida nos 45 anos que separam a Apollo 11 dos dias de hoje é imensa, mas esta missão produziu a base do conhecimento teórico dos sistemas de segurança computacional usados ainda hoje pela indústria aeroespacial. Durante dezenas de anos a NASA privilegiou a eficiência em detrimento da modernidade, bastando-se com o estritamente necessário e com recurso a tecnologia conhecida e testada. Ao nível do software, isto ilustra-se através de uma comparação simples: o sistema Windows é feito de milhões de linhas de código e o sistema de controlo das missões do Space Shuttle, por apenas quatrocentas mil.