Há dois tipos de pessoas no mundo: as que acionam o despertador para as 7h30 e resistem à tentação de continuarem abraçadas à almofada; e as outras, que ligam cinco ou seis despertadores com sete minutos de diferença entre eles, porque ninguém merece enfrentar o frio da manhã tão cedo. Estas últimas são vítimas do botão “snooze” que vai arrastando o tempo na cama à conta de uma condição chamada “inércia do sono”. E

Esta sensação não é exclusiva dos “molengões da manhã”: quem cai no sono no sofá nas tardes de sábado sofre do mesmo problema. Se dormirmos demais durante essas sestas é possível entrar-se na fase de sono profundo, mas também há mais probabilidade de regressarmos a um estado de alerta sem passar pelos ciclos de transição necessários, conta a Sociedade Espanhola do Sono ao El País.

Há dois tipos de sono: o NREM – “Movimento Não Rápido dos Olhos” – e o REM – “Movimento Rápido dos Olhos”. O primeiro é o mais longo: ocupa 75% do tempo em que estamos a dormir e divide-se em quatro estágios, que evoluem desde a sonolência até ao sono profundo. Só depois vem o sono REM, dentro do qual sonhamos e organizamos o quotidiano, filtrando a informação de um dia. É com base neste sistema que funciona o ritmo circadiano, que pode ser prejudicado quando algo interrompe esta sequência de forma brusca. “O nosso organismo prepara-se para despertar duas horas antes da hora. Primeiro alcança-se o pico mais baixo da temperatura corporal, depois baixa a melatonina até ao nível mais baixo enquanto sobe o cortisol”, explica o médico Juan José Ortega.

Isto significa que a técnica de colocar três (ou mais) despertadores intervalados não traz vantagens para o corpo, porque obriga-o a entrar e a sair de um sono que não tem qualidade. E as consequências sentem-se por todo o dia: a sonolência vai persegui-lo desde o banho até ao momento de voltar à cama.

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