O líder da Fenprof, Mário Nogueira, negou ter feito qualquer pressão sobre o ministro da Educação para a propósito dos contratos de associação estabelecidos com os estabelecimentos de ensino privado. E lembrou que quem já quis tirar uma fotografia ao seu lado foi Luís Filipe Menezes. O sindicalista disse ainda haver interesses, mas por parte dos colégios privados.
“Eu não sei de que pressão estamos a falar. Não foi nada sequer proposto em momento nenhum ao Ministério da Educação. Nós só tivemos duas reuniões no Ministério e nunca foi abordado isto”, garantiu Mário Nogueira, em conferência de imprensa, esta terça-feira, acrescentando que “para se poder saber se há ou não motivações sindicais [por detrás da decisão] tinha de se falar com o senhor ministro que aliás nem sei se é sindicalizado”. E lembrou que “se algum presidente de algum partido nos pediu para tirar fotografias ao nosso lado e até veio a esta sala reunir foi o presidente do PSD, ao tempo, Luís Filipe Menezes”.
Estas declarações surgem depois de Pedro Passos Coelho ter, no fim de semana, dito que o ministro da Educação estava a “representar outros interesses”. E de mesmo hoje, questionado pelos jornalistas se se estava a referir à Fenprof, o ex-primeiro ministro ter dito apenas “acho que é muito claro”.
Mário Nogueira disse que é difícil as pessoas compreenderem a duplicação de financiamento. “E é precisamente por eles perceberem que os seus argumentos não pegam, por não haver argumentos aceitáveis e fortes, que a direita e os seus comentadores optaram por um caminho completamente inaceitável de procurar desvalorizar pessoas e atingir aqueles que têm denunciado as suas intenções”.
E se é para falar de interesses, Mário Nogueira prefere falar nos “interesses fortíssimos por detrás daquilo tudo [contratos de associação]”. “Nos últimos 15 anos, só na região centro tivemos uma despesa, com estes contratos, superior a mil milhões de euros”. “Não estamos a falar de trocos, nem de cêntimos, nem de milhares. Estamos a falar de muitos milhões.”
Estamos a falar da utilização de dinheiros públicos. E os dinheiros públicos devem ser usados com rigor e controlo”, defendeu Mário Nogueira, da Fenprof.
E por isso mesmo, “se temos aqui uma parceria público privada tem de haver rigor, transparência e fiscalização dessa parceria. E é por estar a ser feito que a polémica estalou”.