É gratuito, cabe no bolso e está escrito em português e inglês. O Mapa das Artes explica-se a si mesmo: é um mapa com galerias, museus, fundações e outros espaços dedicados à arte em Lisboa – apenas arte contemporânea. O lançamento é esta sexta-feira, ao fim da tarde, na Galeria Millennium, na Rua Augusta.
Trata-se de um “mapeamento da arte contemporânea na cidade”, resume o mentor da ideia, Cláudio Garrudo, de 39 anos, fotógrafo e produtor cultural. “Com estas características, é a primeira vez que se faz”, sublinha. “Já houve outros mapas, com programação, mas este não tem, para não se desatualizar”, acrescenta.
Além da versão em papel, com tiragem de 30 mil exemplares, o Mapa das Artes tem existência na Internet e estará disponível em mapadasartes.pt.
Enquanto o desdobrável é distribuído em vários pontos da capital, incluindo os próprios espaços que aparecem no mapa, os postos de turismo e instituições da Câmara Municipal, a versão online está acessível em qualquer parte.
“O site não é uma aplicação, mas funciona como se fosse: temos de aceder ao endereço, escolher a opção ‘Adicionar ao Ecrã Principal’ e usar como uma aplicação”, explica Cláudio Garrudo.
Para já, estão incluídos 90 espaços, dos quais 51 são galerias e 18 são museus e fundações. Outros 21 não cabem em nenhuma daquelas categorias e são classificados à parte. É o caso da Carpe Diem Arte e Pesquisa e da Galeria Zé dos Bois, ambas no Bairro Alto.
A seleção ficou a cargo das nove pessoas que compõem a direção da associação Isto não é um Cachimbo, formada em 2013 e à qual pertence Claúdio Garrudo. O critério principal foi o de identificar espaços de arte contemporânea que estão abertos ao público e têm programação regular. “Tentámos não excluir ninguém”, sublinha. “Propositadamente de fora deixámos os ateliers de artistas que abrem ao público muito de vez em quando.”
Quanto à hipótese de um projeto semelhante ser aplicado a outras áreas artísticas, não é de descartar. “Já nos lançaram o repto, mas ainda não começámos a pensar nisso”, adianta.
O mapa abrange toda a cidade de Lisboa, com a maior mancha de instituições a situar-se na Baixa, no Chiado e no Bairro Alto. A informação disponível inclui nome do espaço, morada, horário e número de telefone.
O patrocinador é a Fundação Millenium BCP, estando a distribuição a cargo do Turismo de Lisboa e da Câmara. Se alguns espaços fecharem ou novos aparecerem, o site será logo atualizado. Quanto à versão em papel, tem novas edições asseguradas para 2017 e 2018.
“Pessoalmente, ganho zero com este projeto, foi feito por amor à camisola”, confidencia o responsável. “Tira-se muitas horas ao sono e ao tempo com família e amigos, mas prevalece a vontade de dar alguma coisa à sociedade e a Lisboa. Isto é feito para as pessoas daqui, não tanto para os turistas, porque a nossa preocupação é criar novos públicos”.
Segundo Cláudio Garrudo, “há cada vez mais pessoas interessadas” em ver e comprar arte contemporânea. “Há maior informação e menos pessoas que não entram em alguns espaços por pensarem que se paga ou tinham precisam de comprar alguma coisa. Ainda há quem diga que não percebe as obras que vai ver. Mas não têm de perceber, têm de gostar ou não.”
Projeto semelhante é o Art Alibi, lançado por Cláudia Camacho em novembro de 2015, sob a forma de site, com financiamento da Comissão Europeia. Em janeiro deste ano ganhou uma versão em papel, que sai de dois em dois meses, com tiragem de 10 mil exemplares. A distribuição é feita em Lisboa e no Porto. Inclui 57 museus, galerias e associações culturais de arte contemporânea. A diferença em relação ao Mapa das Artes está na filosofia. O Art Alibi foca-se na agenda e programação de cada espaço, daí a atualização seis vezes por ano.
(texto atualizado a 20 de maio, às 13h23)