O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, afirmou nesta quarta-feira que a economia portuguesa deverá crescer entre 1% e 2% ao longo dos próximos anos. “Penso que podemos esperar um crescimento algures entre 1% e 2% ao longo dos próximos anos, o que não sendo extraordinário é evidentemente mais positivo do que se estivéssemos nos anos mais difíceis em que tivemos uma recessão – durante três anos consecutivos”, disse o responsável pela AICEP num almoço organizado pelo International Club of Portugal, em Lisboa.

Na sua intervenção, Miguel Frasquilho abordou o tema “Portugal Atrativo Portugal Competitivo”, tendo afirmado que a partir de 2013 a economia “começou a recuperar”. A partir de 2013/2014 “deu-se uma recuperação [nos rankings de competitividade] o que é muito importante e que não deve ser esquecido”, salientou o responsável.

Estes resultados, quer no crescimento económico, quer na melhoria da competitividade do país estiveram, segundo o presidente da AICEP, ligados às cerca de 500 medidas estruturais implementadas desde 2010, nomeadamente no mercado do trabalho, justiça, educação, política fiscal e no mercado de bens e serviços. No entanto, o presidente da AICEP chamou à atenção para aquilo que designa por “sinais de alerta”, ou seja, a inversão das tendências recentes dos índices de competitividade do país.

A evolução de Portugal no ranking de competitividade do Fórum Económico Mundial, 2010-2015, aponta para uma queda do 36.º lugar (2014) para a 38.ª posição (2015). No caso do ranking de competitividade do Institute for Management Development (IMD) 2015-2016, que conta com 61 países, Portugal passa do 36.º lugar em 2015 para 39.ª posição em 2016.

Sobre a trajetória do défice orçamental em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), Miguel Frasquilho mostrou a sua satisfação, dizendo que “estão reunidas as condições” para que este ano seja inferior a 3% e apontando para um número entre 2,5% a 2,9%, “no máximo”.

“Acho que isto é bom, são boas notícias e acho que a credibilidade do país vai sair reforçada e, então, se como espero, o défice previsto para o próximo ano, que vai ser apresentado no Orçamento para 2017, poder apresentar um valor entre 2% e 2,4% (na metade inferior entre 2% e 3%), isso reforçará a confiança que os investidores têm em nós”.

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