À saída de uma visita a Mário Soares, no Hospital da Cruz Vermelha, onde o antigo Presidente da República está internado desde o dia 13 de dezembro, Manuel Alegre lembrou a “herança” de Soares, o “principal construtor da democracia”. E recusou adaptações “convenientes” da biografia do socialista.

“Devemos recordar Mário Soares na sua vida toda, nos seus combates todos. Ele viveu mais tempo em ditadura que em democracia, foi 13 vezes preso pela PIDE, foi deportado por ordem de Salazar para S. Tomé, depois exilado por ordem de Marcelo Caetano”, recordou Alegre. Para depois sublinhar: “Não se pode mutilar a biografia de Mário Soares nem adaptá-la às conveniências”.

O antigo Presidente da República esta internado há duas semanas em Lisboa. Neste momento, encontra-se em “coma profundo” e com “prognóstico muito reservado”. Mas Alegre não falou da situação em que encontrou Soares. Preferiu recordar “os seus combates” e “o seu espírito de resistência” à ditadura, num percurso que lhe deu estatuto para ele depois liderar o combate pela democracia, de que foi construtor principal”.

Da vida de Soares, considera, fica uma “herança” de defesa da liberdade:

Mário Soares disse um dia que a liberdade é em si mesmo um valor revolucionário: a liberdade de palavra, liberdade de pensamento, liberdade de discordar. Essa é a herança de Mário Soares. Ele também disse que não há liberdade sem igualdade e não há igualdade sem liberdade. Essa é a herança dele”

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