Habitantes de Almeida estão esta terça-feira concentrados no interior e no exterior do balcão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), num protesto pacífico, contra o eventual fecho daquela agência na sede do concelho.

A ação dos habitantes, iniciada pelas 14h30, acontece no dia em que representantes da autarquia – o presidente e o vice-presidente – são recebidos, às 18h00, pela administração da CGD, em Lisboa.

Alcino Morgado, chefe de gabinete do presidente da autarquia de Almeida, António Baptista Ribeiro, disse à agência Lusa que os habitantes entraram nas instalações “com o propósito de pedirem informações sobre qual vai ser o futuro, a partir de amanhã [quarta-feira]”.

“O grande receio é o de que amanhã cheguem aqui e vejam o balcão encerrado. Querem a garantia de que continua a funcionar. E [essa garantia] só poderá ser dada no final da reunião”, disse por telefone à Lusa, quando se encontrava no interior da agência da CGD.

Segundo o responsável, as pessoas que participam no protesto pacífico “estão determinadas” a permanecer no local “até que haja notícias” da reunião desta terça-feira. Alcino Morgado disse que a presença dos habitantes no interior e no exterior das instalações da CGD da vila histórica de Almeida, no distrito da Guarda, é “ordeira e tranquila”, e que o ambiente é “calmo”.

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De acordo com informações avançadas pela SIC, a administração da CGD recusa reunir-se com autarcas enquanto este protesto não for finalizado. António Baptista Ribeiro, o presidente da Câmara de Almeida, em declarações à RTP, revelou que lhe foi “exigido que desmobilizasse as pessoas que se encontram neste momento na Caixa Geral de Depósitos em Almeida”. O presidente da Câmara acrescentou que não podia “desmobilizar pessoas que estão legitimamente a lutar por um direito”. Por isso, o presidente da Câmara de Almeida acabou por não se reunir com a administração da CGD.

Reconhecendo que se trata de um “ato discriminatório”, António Baptista Ribeiro informou que também fez uma exigência, nomeadamente, manter a tesouraria mas não terá obtido resposta positiva. “Sou um homem de diálogo. Depois de várias tentativas de reuniões, de telefonemas, hoje esgotou-se o diálogo institucional”, apontou o presidente da Câmara acrescentando que não só se vai mobilizar com a população como vai pedir uma reunião com o Presidente da República.

Um habitante de Almeida disse à Lusa que no interior da CGD estão “entre 60 a 70 pessoas” e também a presidente da Junta de Freguesia local, Fátima Gomes. “As pessoas dizem que não saem daqui enquanto não houver uma resposta de Lisboa”, contou o morador, lembrando que antes da concentração os habitantes “tocaram o sino a rebate”.

Cerca de 200 habitantes e autarcas de Almeida ocuparam também as instalações da mesma dependência bancária no dia 26 de abril, tendo desmobilizado após garantia de diálogo por parte da administração da CGD que marcou para esta terça-feira a reunião, em Lisboa, com os representantes da autarquia.