Os indicadores de sentimento económico e de confiança estão a apontar para uma aceleração do ritmo de crescimento da economia durante o segundo trimestre de 2017, assinala o Forum para a Competitividade, e a taxa de variação homóloga do produto interno bruto deverá situar-se em 3,1%, depois de se ter ficado em 2,8% durante os três primeiros meses do ano. A estimativa, incluída na nota de conjuntura relativa a maio, deve-se ao esperado contributo positivo das exportações, “que estarão a beneficiar da pujança dos principais parceiros económicos que pertencem à área do euro”, mas também “da variação de existências que deverá compensar a queda do primeiro trimestre”.

Para o conjunto do ano corrente, o gabinete de estudos do Forum, liderado pelo economista Pedro Braz Teixeira, antecipa que a economia deverá crescer 2,4% a 2,8%. O primeiro semestre será “o mais forte do ano, com o crescimento médio a rondar os 3%”. O abrandamento que se verificará nos dois últimos trimestres de 2017 ficará a dever-se a dois fatores: “o termo de comparação com o final do ano passado será menos favorável e grande parte do impacto dos estímulos internos (reposição de salários e pensões) e externos (efeito desfasado das políticas do BCE) irá diminuir”.

Mesmo no cenário mais pessimista, a previsão de crescimento da economia feita pelo Forum para a Competitividade supera aquela que foi inscrita pelo Governo no Programa de Estabilidade enviado a Bruxelas, fixada em 1,8%. Também o Banco de Portugal projeta um ritmo de 1,8% em 2017 , enquanto o Fundo Monetário Internacional aposta em 1,7%, números que deverão ser revistos em alta. As previsões do Católica-Lisbon Forecasting Lab apontam para um crescimento de 2,4% e aquelas que foram divulgadas pela UTAO indicam que o ritmo poderá ser de 2,5%.

O quadro otimista para o desempenho da economia portuguesa “não está isento de riscos“, escreve-se na nota de conjuntura, mas “estes afiguram-se equilibrados“. Quais são os riscos identificados? Pela negativa, o Forum assinala “quaisquer choques externos nos principais destinos das exportações“, que colocarão em causa o atual padrão de crescimento, bem como “uma redução rápida dos estímulos do BCE“, que “poderá por em causa não só o financiamento da República mas também a confiança dos investidores”.

Pelo lado positivo, o Forum considera que poderão pesar “a tendência favorável do mercado de trabalho“, que poderá “intensificar-se e desta forma levar a uma recuperação do consumo mais sustentada e não baseada na devolução de rendimentos ou em menos poupança“, e uma “eventual melhoria do rating da República“, que “pode levar não só a a uma redução dos custos de financiamento do Estado mas também dos bancos e empresas não financeiras“.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR