Um novo teste sanguíneo pode prever o risco de desenvolver a doença neurodegenerativa de Huntington, revelaram esta quinta-feira investigadores, que consideram este um enorme avanço no tratamento de um problema fatal.
Num estudo publicado na revista científica Lancet, avança-se com um novo teste que prevê quando alguém está em risco de contrair a doença e é capaz de dizer com que rapidez o cérebro se vai degradar.
A doença de Huntington, que é transmitida geneticamente, tem como sintomas movimentos involuntários e alterações de personalidade e comportamento que acabam por tornar os doentes completamente dependentes até ao fim da vida. Como danifica os músculos e afeta sistemas vitais, como o respiratório ou cardíaco, acaba por provocar a morte.
Uma equipa internacional de cientistas observou ao longo de três anos 200 pessoas com genes que indicam probabilidade de contrair doença de Huntington, alguns já com manifestações, testando-os regularmente para medir os efeitos.
Nas amostras sanguíneas procuraram sinais da doença, medindo uma proteína libertada pelas células cerebrais danificadas e verificando que a sua presença no sangue aumenta com a progressão do problema.
O investigador Edward Wild, da University College de Londres, afirmou que essa proteína “poderá servir como ‘velocímetro’ da doença de Huntington”.
Se a investigação avançar e se concluir que não tem efeitos negativos, o teste poderá tornar-se uma alternativa mais barata e menos invasiva para os doentes de medir o progresso da doença, o que atualmente se faz com recolha de líquido cerebroespinal e exames ao cérebro.