Mais de 3500 operacionais estão a combater os cerca de 140 incêndios rurais que lavram em Portugal. A apoiar os operacionais no terreno estão ainda 1060 viaturas e 30 meios aéreos. 76 pessoas ficaram feridas na sequência dos incêndios, seis deles em estado grave, dos quais dois bombeiros. Há várias aldeias evacuadas. 18 distritos vão ficar em alerta laranja, até as 20h do dia 18 de agosto, sábado, confirmou Patrícia Gaspar, adjunta nacional de operações da Proteção Civil, no briefing diário das 19h00.
Segundo Patrícia Gaspar, o incêndio de Mação está “complicado”, com projeções que atingem um quilómetro. A mesma responsável adiantou pelas 19h que estão mobilizados 26 grupos de reforço: “639 militares em operações de rescaldo, vigilância e sustentação logística” bem como 17 máquinas de rasto e as equipas espanholas, nas quais se inclui a Unidade Militar de Emergência.
Santarém
A aldeia de Louriceira, em Mação, esteve cercada pelas chamas e foi evacuada. O “incêndio passou com extrema violência”, disse o vice-presidente da União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira, António Louro, ao Observador. Duas habitações foram afetadas, confirmou Patrícia Gaspar, adjunta nacional de operações da Proteção Civil, ao Observador. O presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, disse ao Observador que a situação em Louriceira não é “nada de excecionalmente grave”, acrescentado que “há vários problemas”, noutras localidades.
Contudo, à agência Lusa, Vasco Estrela criticou a atuação da Proteção Civil: “Numa hora crítica, estiveram mais de uma hora sem qualquer meio aéreo”. Em declarações à RTP, mais tarde, o autarca comentou a afirmação da ministra da Administração Interna que disse que tinha sido enviados mais meios: “São bem-vindos mas teriam sido mais bem-vindos se tivessem chegado mais cedo”. Vasco Estrela disse ainda que foi confrontado ao longo do dia “com o facto de que era impossível os meio chegarem a todos o locais”.
Louriceira e Borda da Ribeira
reacendimento zona de (Chão de Lopes, Chão de Codes, Louriceira, Carregueira, Mação) via https://t.co/rnACRlwCVH cc @FogosPt @meteorologia pic.twitter.com/NkumQrXezh
— Ricardo Martins (@rfam) August 16, 2017
Segundo fonte do Comando Distrital Operacional (CDOS) da Proteção Civil de Santarém, a A23 “foi cortada pelas 19h30 junto ao nó de Mouriscas e de Mação, nos dois sentidos, e a Estrada Nacional (EN) 3, que liga Mação e Penhascoso, na sequência dos incêndios”.
A aldeia de Vale de Amêndoa foi evacuada. “A situação é dramática, ainda chegou a acalmar durante a manhã mas agora as chamas estão completamente descontroladas e decidimos iniciar o processo de evacuação da aldeia de Vale de Amêndoa, levando as pessoas para a Santa Casa da Misericórdia de Mação”, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, Vasco Estrela. Fonte da União de Freguesias de Mação, Penhascoso e Aboboreira confirmou ao Observador que aldeia de Vale de Amêndoa foi evacuada por precaução.
O incêndio já avançou para o concelho do Sardoal. A aldeia de Tojeira e Casos Novos já foram evacuadas. A frente está a encaminhar-se para a aldeia vizinha de Mogão Cimeiro e Monte Cimeiro. A aldeia de Casal Novo também foi evacuada, confirmou o presidente da Câmara Municipal do Sardoal, Miguel Borges, ao Observador.
Este vídeo foi captado por uma residente, junto à localidade de Monte Cimeiro.
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A combater o incêndio de Mação, atualmente com duas frentes ativas, estão 432 operacionais, 126 viaturas e 13 meios aéreos. A EN 244-3, entre Louriceira e Serra, está cortada.
Castelo Branco
O incêndio que deflagrou terça-feira à noite em Água Formosa, Vila de Rei, mantém uma frente ativa lavra com muita intensidade e muitas projeções. “O fogo está novamente descontrolado e a lavrar em dois setores com muita intensidade e com muitas projeções devido ao vento, sendo que, um deles, segue em direção à aldeia de Borda da Ribeira (a menos de um quilómetro de Louriceira, já em Santarém), para uma parte que já ardeu e outro setor está a seguir em direção à aldeia de Lousa”, disse à Lusa, o vice-presidente daquela autarquia do distrito de Castelo Branco que confina com o vizinho município de Mação, já em Santarém, e para onde o fogo alastrou na terça-feira à noite.
Paulo César, que falava à Lusa a partir da aldeia de Lousa, disse que “ainda não foram evacuadas mais aldeias”, tendo referido, no entanto, que já deu instruções para “retirar duas pessoas daquela aldeia por motivos de precaução”.
A meio da manhã, o Comandante Operacional Municipal de Proteção Civil (COMPC) de Vila de Rei, Sérgio Francisco, havia referido que o incêndio mantinha-se “ativo”, mas “a ceder aos meios de combate no terreno”, não apresentando risco para as populações. A perspetiva do COMPC de ter este fogo “controlado até ao início da tarde”, não se veio a verificar, tendo as condições no terreno sido alteradas com o aumento da intensidade do vento.
O município de Vila de Rei mantém o Plano de Emergência Municipal ativo desde as 19h30 de domingo.
De acordo com a página da Autoridade Nacional de Proteção Civil, cerca das 18h50, estavam no terreno 410 operacionais, apoiados por 137 meios terrestres e um meio aéreo, sendo que os meios aéreos destacados para Mação estão coordenados para combater as chamas em Vila de Rei.
Coimbra
259 bombeiros, 66 viaturas e cinco meios aéreos combatiam às 18h50 dois incêndios florestais na freguesia de Samuel, concelho de Soure, distrito de Coimbra, fogos que não colocam, para já, povoações em perigo.
A página da Proteção Civil indica os meios que estão a ser utilizados neste combate e refere que um dos incêndios deflagrou às 14h44 e outro às 16h10.
O presidente da Câmara de Soure, Mário Jorge Nunes, disse à agência Lusa, no local, que não há povoações em perigo, mas explicou que os incêndios já eram esperados, porque “já tinha sido ensaiados no fim de semana”.
Força Aérea apoia a Proteção Civil
A Força Aérea tem cerca de 60 militares, com meios aéreos e terrestres, a apoiar a Proteção Civil no âmbito da prevenção e controlo contra incêndios florestais.
Fonte oficial da Força Aérea detalhou à agência Lusa que, no terreno, estão 23 operacionais, permanecendo os restantes militares a prestar apoio no Aeródromo de Manobra N.º1, em Ovar, e na Base Aérea N.º5, em Monte Real (Leiria).
“A Força Aérea tem neste momento vários meios humanos, aéreos e terrestres a prestar apoio à Autoridade Nacional de Proteção Civil, no âmbito da prevenção e controlo contra incêndios florestais”, refere em comunicado este ramo militar.