A notícia faz este sábado manchete do semanário Expresso: o Governo prepara-se para alargar o universo dos contribuintes isentos de pagar IRS. Segundo fonte governamental confirmou ao jornal, ficarão isentos daquele imposto os rendimentos até 630 euros mensais (valor bruto) — até agora apenas estavam isentos aqueles que apresentassem rendimentos até 607 euros por mês. Uma medida que já está fechada, adianta o semanário, faltará apenas afinar os moldes em que ficará inscrita no Orçamento do Estado para 2018.

Esta medida tem o acordo dos dois partidos parceiros do Governo, Bloco de Esquerda e PCP, numa altura em que as negociações entre os três partidos decorrem. Ainda segundo o Expresso, apesar da concordância com o alargamento das famílias que ficarão isentas de pagar IRS, nem Bloco nem PCP abrem mão da necessidade de aliviar o pagamento do imposto a outros escalões onde estão “as pessoas que vivem do seu salário ou da sua pensão”, como tem insistido Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda.

Adiar medidas para 2019 seria “eleitoralismo”

Numa entrevista ao Diário de Notícias, Jorge Costa, é mais específico: “O Bloco de Esquerda tem-se batido por uma redução da carga fiscal em 600 milhões de euros em 2018. É o valor que permite caminharmos para eliminar, até ao final da legislatura, o choque fiscal sobre o trabalho do anterior governo, do ministro Vítor Gaspar. O governo tem um objetivo muito mais modesto que estava previsto no PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento] de 200 milhões de euros”. A ideia do Bloco é introduzir mais dois escalões, mexendo assim no segundo e terceiro atuais escalões de IRS.

O dirigente bloquista fez questão de frisar que o Governo não tem uma maioria no Parlamento e deixou o aviso: “Tendo em conta a folga orçamental que hoje existe e a disponibilidade que dela resulta, adiar o alívio fiscal dos trabalhadores que têm sido tão penalizados só poderia explicar-se por uma opção política de privilegiar o ano eleitoral e adiar para 2019 medidas que poderiam ser tomadas já, com benefício para a economia e para as pessoas”.

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