Os arqueólogos descobriram que os materiais utilizados na construção original da Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém ainda existem no local, noticiou a National Geographic. De acordo com as análises feitas à argamassa colocada entre a pedra de calcário original da superfície do túmulo e a placa de mármore, o túmulo onde os cristãos julgam ter estado sepultado Jesus de Nazaré é do ano 345 d.C., ou seja, foi colocada cerca de 20 anos depois da infraestrutura ter sido descoberta pelos romanos. Agora, os arqueólogos podem dizer com certeza que a construção original do túmulo ocorreu nos tempos de Constantino, o primeiro imperador cristão de Roma.
As dúvidas sobre se este túmulo tinha mesmo sido mandado construir pelo imperador Constantino surgiram porque, ao longo dos séculos, a Basílica do Santo Sepulcro foi atacada muitas vezes: em 1009 foi destruída e mandada reconstruir, por isso os cientistas não estavam certos de que este era o sítio em que, segundo uma delegação escrita em Roma há 1.700 anos, Cristo esteva enterrado aquando da sua morte, em 33 d.C.. As últimas investigações diziam que os materiais mais antigos recolhidos no local eram dos tempos dos Cruzados e que, sendo assim, não teria mais de 1.000 anos. Estes novos dados provam que, afinal, a construção é pelo menos 655 anos mais antiga do que isso.
As amostras de argamassa no centro desta nova investigação foram recolhidas em outubro de 2016, quando a laje de mármore que selava o túmulo foi retirada pela primeira vez desde 1555 para um restauro da Universidade Nacional e Técnica de Atenas. Cruzando estes dados científicos com os factos históricos, o mais provável é que os funcionários de Constantino enviados a Jerusalém receberam a informação de que Jesus Cristo tinha estado sepultado numa capela construída 200 anos antes. O templo terá sido destruído depois disso, mas as escavações feitas no local revelaram um túmulo esculpido numa caverna de calcário. À caverna foi retirado o tecto para que o túmulo fosse visível. Depois, foi construída uma Edícula — um santuário com formato de casa – para cobri-lo.
Os cientistas continuam sem poder comprovar que este é mesmo o local onde Jesus, figura central do Cristianismo e cujos crentes dizem ser o filho de Deus, esteve sepultado. No entanto, as características encontradas neste túmulo coincidem com as que foram confirmadas noutros túmulos do século I: é o caso do leito fúnebre, onde os cadáveres eram deitados e para onde Jesus terá sido levado a seguir à crucificação. No caso do suposto túmulo de Jesus, esse leito foi revestido em 1555 com uma pedra de mármore. Por baixo dela havia uma segunda pedra que os arqueólogos encontraram partida e gravada com uma cruz de Cristo em 2016. Agora sabemos que é, indiscutivelmente, dos tempos do imperador Constantino.