Taylor Swift trocou as letras de canções por…uma coluna de opinião no The Wall Street Journal (WSJ). Na curta tese, publicada na segunda-feira, a cantora de country faz uma análise sobre o atual estado do setor músical. Ao contrário de muitos, ela acredita que a indústria “está agora a ganhar vida”. Mas fala sem rodeios dos aspetos negativos, como a importância dos seguidores no Twitter, que poderão vir a ser definitivos para o sucesso de um artista, e a procura das selfies em detrimento do tradicional autógrafo.
A artista contraria aqueles que temem a queda acentuada das vendas geradas pela música que, consequentemente, pode significar a irrelevância do álbum. Para Swift, o valor de um álbum está, e vai continuar a estar, baseado na quantidade de alma que um artista coloca num trabalho, mas também no valor financeiro que este, e a sua discográfica, lhe atribui.
Apesar de serem poucas, ainda há pessoas que compram álbuns, diz. “Estão a comprar aqueles que as atingem, como uma flecha que atravessa o coração” — não fosse a dicotomia artistas-fãs ser muito semelhante a uma relação amorosa. Sendo a música uma forma de arte, é importante e rara. Mais uma razão, argumenta a cantora, pela qual as pessoas devem pagar por ela.
Taylor Swift on the future of music for our #WSJ125 anniversary special: http://t.co/XV5M05xby3 pic.twitter.com/nMNJ0g0kL4
— The Wall Street Journal (@WSJ) July 7, 2014
Mas o texto publicado no jornal não é feito apenas de palavras otimistas. “Na geração Youtube em que vivemos, entro no palco todas as noites (…) sabendo que quase todos os fãs já viram o espetáculo online“. Explica que os fãs mais novos estão (ou são?) cada vez mais impacientes, pelo que o desafio é claro: cabe ao artista musical surpreender constantemente quem o ouve e vê, de forma a estreitar a relação.
Mas muito mudou nessa relação, como os autógrafos, que se tornaram obsoletos: “Não me pedem um autógrafo desde a invenção do iPhone com uma câmara virada para a frente”. A única coisa que ‘os miúdos de hoje’ querem é uma selfie. É uma espécie de moeda que define “quantos seguidores temos no Instagram”.
Por falar em seguidores, Swift conta a história peculiar de uma atriz sua amiga que foi escolhida, em última análise, por ter um maior número de seguidores no Twitter. A cantora deixa ficar o aviso: “No futuro, os artistas vão conseguir contratos discográficos porque têm fãs — e não o contrário”.