Steve Jobs almoçava sozinho. Consta que quando encontrava os colaboradores da empresa a que presidia, a Apple, lhes perguntava sobre tudo o que andavam a fazer. Queriam-no longe, mas perto. Não existe quem não o admire em Silicon Valley, diz Road Bauer, especialista em Marketing Tecnológico, no Bussiness Insider. Será que, mesmo estes, seguem a sua filosofia de trabalho e de vida? Às empresas tecnológicas, Bauer deixa cinco dicas sobre como ter sucesso, inspiradas em Steve Jobs.
1. Como criar um bom produto? Com paciência
No reinado de Jobs, era frequente as equipas de desenvolvimento de produto da Apple pararem o que estavam a fazer e começarem do início, sob ordem do presidente. Parar e repetir. Uma ou duas vezes. A política de trabalho de Steve Jobs podia ter custos elevados para a empresa, mas tornou-se num caso de sucesso mundial. Nem a oferta dos produtos da concorrência, às vezes mais detalhados e com mais aplicações, destronam a marca da maçã do trono das preferências dos consumidores, segundo alguns estudos.
Numa era em que o que mais interessa é a frequência com que se lançam produtos, Steve Jobs preferia esperar até que a novidade da Apple estivesse pronta para ser lançada no mercado. Espera e paciência eram palavras de ordem para Jobs. E também a arrogância, diz Rod Bauer.
2. Pensar grande é agitar o ecossistema
“Steve atreveu-se a agitar as coisas e ‘pensar pequeno’ não fazia parte do seu carácter”, avança Road Bauer. E lança a questão: O que é que Jobs pensaria dos empreendedores de hoje que criam aplicações “para encontrar amigos”, sites de partilha social ou soluções para armazenamento na nuvem (cloud)? São milhares os empreendedores que chegam a Silicon Valley para lançar projetos que podem captar investimento, quer valham a pena ou não. Segundo Jobs, valerá a pena?
3. Mente focada nos pontos fortes
O empreendedor mais famoso de Silicon Valley esteve 11 anos afastado da empresa da qual ainda hoje é rosto. Em 1985, saiu para dar o lugar de presidente executivo a John Sculley. Regressou em 1996, como consultor, para salvar a empresa da falência. A estratégia que levou a Apple a tornar-se num caso de sucesso mundial teve uma premissa simples: a Apple devia focar-se naquilo em que era boa e que faria os consumidores regressar à marca. Só quem conhecesse os pontos fortes e fracos da empresa poderia saber o que faria as pessoas acreditarem mais uma vez na empresa. Road Bauer adianta que as empresas gastam demasiado tempo e recursos a apostar em vários caminhos, quando deveriam concentrar-se naquilo que as distingue.
4. Seguir os outros é caminhar para a mediocridade
Inverter a tendência, fazer diferente. Diz Road Bauer que, segundo Jobs, seguir os outros é o caminho para a mediocridade. Focar-se nas próprias ideias pode ser uma boa forma de alcançar o sucesso, o que nem sempre é fácil para quem acaba de chegar a Silicon Valley. No vale californiano, os mentores propagam-se e não faltam dicas para quem quer lançar empresas. Quem ouvir e que ideias seguir? As suas, diz Jobs.
5. A tecnologia não chega. É preciso cultura
É a premissa onde os empreendedores mais falham, refere Bauer. “Steve não chegou a tirar um curso superior, mas valorizava a aprendizagem e a cultura, aplicava o que sabia de música, caligrafia, design e arquitectura em projetos na Apple”, diz. O profissional de marketing tecnológico conta que, hoje, os jovens programadores e empreendedores de Silicon Valley são encorajados a deixar a universidade, por exemplo, para que se foquem a programar ou a aprender a gerir uma empresa.
“Que valor pode trazer Shakespeare, Beethoven ou Manet a uma pessoa que passa 20 horas por dia num computador? Os produtos da Apple são bonitos, porque não são apenas úteis, lutam por algo transcendente a nível de design e de conceito. Podem nem conseguir isso, mas a tentativa faz com que as pessoas se lembrem dos seus sonhos”, refere.
“O meu modelo de negócio são os Beatles. […] Eles equilibravam-se uns aos outros e o total era maior do que a soma das partes. É assim que vejo os negócios: os grandes feitos nas empresas nunca são feitos por uma só pessoa, mas por uma equipa de pessoas.”
Steve Jobs